Estive
por esses dias em Petrolina, sertão de Pernambuco e em uma das ruas que andei
encontrei cerca de seis crianças brincando, brincavam tão felizes, uma delas
tinha os dentes todos pretinhos, mas nem por isso a beleza daquele rosto tão
alegre diminuiu. Elas eram crianças tão crianças, tinham meninos, meninas e uma
pureza daqueles seres que me encantou sem igual. Malícia e maldade, se um dia
eles já provaram desses predicativos de gente grande, no meio da brincadeira
eles se faziam totalmente desconhecidos. Benditas são as crianças puras nesse
mundo! Quem me dera que eu pudesse ser sempre a criança que ainda pulsa dentro
de mim, que é livre e transparente o suficiente pra rir somente quando der
vontade, que apesar de o mundo inteiro sufocá-la com tanta maldade e malícia,
ela ainda resiste com o brilho nos olhos de quem acredita nas benditas crianças
puras desse mundo.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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