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2014: mais amor e muita luta!

Hoje eu acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o português da padaria! E olha que não precisei receber nenhum telegrama pra me sentir assim, mas acordei exatamente desse jeito, tão bem, tão otimista, tão feliz, acreditando que tudo vai dar certo e vai! Eu tenho fé que 2014 vai ser um dos melhores anos da minha vida, cheios de responsabilidades, aperreio, sofrimento e um acúmulo sem tamanho de aprendizado. Disposição pra ser feliz não me falta e não vou deixar faltar pra nenhum dos meus companheiros, avante, a estrada sempre vai além do que se vê!  

Eu acho que isso vem de eu ser brasileira, nós brasileiros estamos cada vez mais otimistas, não falo desses brasileiros de direita da elite, falo do povo, da massa, ontem mesmo eu tava numa mesa de bar e minha família de origem muito humilde reunida com amigos, comentando como tudo mudou pra gente, minhas tias diziam que só comiam carne em dezembro, quando vinha um tio de são paulo, hoje todas tem seus trabalhos e outras fontes de renda, os filhos, ou seja, eu e meus primos, nunca soubemos o que era isso graças aos avanços que nosso país teve. Uma melhor distribuição de renda, aumento de emprego e de direitos trabalhistas, combate à miséria, ampliação do ensino superior, tudo isso proporcionou que milhões de brasileiros olhem pra trás, assim como minhas tias e compreendam que hoje nós vivemos um ciclo de mudanças no Brasil e como nos mostrou as manifestações de junho, o povo quer mais!

Nós, do Partido Comunista do Brasil, entendemos o "mais" que o povo quer: as reformas estruturais democráticas. Reforma urbana, tributária, agrária, da saúde e da educação, da mídia e política! Estas duas últimas estão na ordem do dia de que tem compromisso com os avanços concretos do Brasil, principalmente de quem faz parte de entidade estudantil e cumpre o papel de vanguarda no que diz respeito as pautas prioritárias da sociedade. Estamos em ano de Copa do Mundo, eleições presidenciais e além disso, completando 50 anos do golpe da ditadura militar. Não é qualquer ano, é ano de debate, reflexão e mudanças. E qual a opinião do povo, das massas sobre tudo isso? Como vai ser a participação dessa turma nos debates sobre o que significa os 50 anos do golpe, a Copa e essas eleições na conjuntura que vivemos hoje? 

A leitura que eu faço é que o senso comum não tá nem aí se faz 40, 50 ou 100 anos do golpe que ninguém fala, a não ser quem faz movimento social e compreende que a ditadura militar foi um período entreguista, de censura, estagnação da economia, corte de direitos trabalhistas, criminalização e perseguição aos movimentos sociais;  em relação a Copa do Mundo, acredito que o povo mesmo tá feliz, vamos ser hexacampeões em casa! O nacionalismo nessa hora fala mais alto que o discurso fácil de uma turma que é contra a realização desse megaevento por aqui, nós queremos Copa e ela vai bombar, os investimentos que vão ficar, a movimentação da economia nos setores de comércio e turismo, tudo isso precisa ser valorizado; o debate das eleições é um pouco mais delicado, mas que na minha opinião é o que tá posto, nenhum governo é perfeito, mas desde 2002 Lula e Dilma conseguiram mudar a cara do Brasil, sinceramente, acho que ninguém vai votar no PSDB (rindo alto aqui) e a dupla nada dinâmica, Eduardo e Marina, não conseguem mostrar o que seria essa "nova política" que tanto falam, não conseguem apresentar um projeto diferente ou melhor do que está em curso, o certo é que ainda é cedo pra falar qualquer coisa e que o senso comum diz que "político é tudo igual" (mesmo assim acho que ninguém vai votar no PSDB, rindo de novo).

A partir disso retomo o que disse lá em cima, as reformas do sistema eleitoral e do financiamento de campanhas e a democratização dos meios de comunicação para acabarmos com o monopólio da opinião pública por parte dessa imprensa golpista brasileira são reformas imperativas! Lutar hoje pelas reformas política e da mídia não é menos revolucionário que ter feito parte por exemplo do "fora collor", ou das "diretas já". São as grandes lutas revolucionárias do nosso tempo e só assim o povo vai poder entender esse negócio de golpe militar, Copa do Mundo e seu papel nas eleições. É isso, 2014 vai ser um ano de muita luta e aqui pontuei algumas batalhas. 

Já em relação ao amor, o amor não é um projeto de vida, não se faz planejamento estratégico pra amar, simplesmente acontece, simplesmente existe. E que não nos falte mais amor e muita luta todos os dias!

*as reformas que eu quero, assistam:



Cordel da Regulamentação da Comunicação













 Campanha das "Eleições Limpas"


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