Pular para o conteúdo principal

CARTA A UMA GRANDE AMIGA SOBRE O AMOR

Amiga, minha doce e querida amiga, minha doce e linda amiga, não fique assim. Eu sei que você, que tem modos de princesa, acredita em príncipe encantado e naquele negócio de "felizes para sempre", mas é que na vida real não é bem assim e no fundo, no fundo, você sabe disso, te entendo, quando a gente quando tá apaixonada nunca acha que vai "dar meia-noite". 

Sabe o que eu acho? (sim, você sabe várias coisas que eu acho sobre isso), eu acho que todas nós somos princesas quando amamos e nossos amados de fato, são príncipes encantados, príncipes e princesas na favela, no shopping, no banco da praça, no carro importado, na china, no japão, ou em recife. 

O amor é um sentimento único para cada um, mas é igual em todos os lugares. E às vezes, de repente, a carruagem vira abóbora e todos os nossos sonhos correm por nossas mãos, a gente tenta pegar, prender, amarrar, mas não tem jeito, o sonho acabou (às vezes não). Aí a gente chora, fica triste, pensa até que vai morrer de tanta desilusão, mas sempre existe um novo príncipe pra trazer novos sonhos, principalmente quando encontra uma princesa igual a você.

Menina, quando acontece isso, só o tempo ajuda a gente a se sentir bem e fortalecidas para novos desafios, depois de um tempo a gente aprende que o que tem que fazer é olhar pra frente com coragem e amor, a gente aprende que a dor passa e um dia a gente aprende que mesmo com a dor passando, todas as paixões são incuráveis, mas mesmo assim a vida segue e a melhor escolha sempre vai ser o "permitir-se", por novos príncipes e novos sonhos!

Se cuida, tô por aqui quando precisar.

um beijo da preta sem juízo.



Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

a vida finda

Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo.  Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de  forma relativamente breve, com alguma angústia

A mãe solo

A maternidade é um vivência muito individual e particular, cada mulher de acordo com seu contexto financeiro, emocional, social poderá viver esse processo de uma forma. A maternidade é tida socialmente como uma questão (um problema) exclusiva da mulher, costumo falar em encontros feministas que os problemas privados das mulheres não podem ser privados, devem ser públicos e "coletivizados" por que as questões de uma mulher na verdade são as questões das mulheres e assim são porque foram condicionadas historicamente e estruturadas pelo machismo. Considero a maternidade em si solitária, só você é mãe daquela criança, e isso traz uma carga gigante de responsabilidade para a vida das mulheres de todas as ordens, a maioria são condicionadas socialmente, mas nem todas, porque estou falando de um laço de amor e afeto eterno na vida de uma pessoa, e quando planejada ou desejada é realmente de uma indizível emoção. A maternidade é uma experiência maravilhosamente incrível, mas também p

trabalhos e trabalhos

Vi meu pai e ainda vejo minha mãe fazendo trabalho braçal pra pagar as contas. Muitos trabalhos, meu pai serviços de dedetização, sendo dono de bar, vigilante, minha mãe bordando, revendendo avon, fazendo lanches, ofício que cumpre até os dias atuais. Me pego pensando nisso dentro da sala que trabalho com o ar-condicionado em 16 graus, onde passo as manhãs e as tardes realizando consultas de enfermagem na maior parte do tempo sentada fazendo avaliações, orientações, escutas. Refleti sobre esses trabalhos também uma vez quando entrei no elevador do plantão e comentei com a moça dos serviços gerais que eu tava sentindo frio, ela rebateu que "tava era com muito calor". Penso nisso o tempo todo, como um dia desses que vi um homem de manhã carregando sozinho no ônibus duas caixas de morango pra vender ou quando o marido de uma gestante que atendo não consegue se livrar de uma lesão que deve ser causada por fungos que com certeza veio do trabalho dele na Ceasa. Trabalho é trabalho