Eu não sou um modelo ideal de nada, não sou modelo ideal de militante, sou muito indisciplinada, rebelde e insegura. Não sou modelo ideal de enfermeira, sou desastrada e preciso estudar mais. Não sou modelo ideal de filha e amiga, eu sou muito ocupada pra dar atenção a meus pais, amigos e amigas. Eu sou toda imperfeita e incompleta, nunca esperem mais que isso de mim, porque eu sou isso, até o que me falta faz parte de mim. Eu sou aquilo que você vê, eu sou tão transparente que muitas vezes eu falo sem pensar muito e às vezes dá merda. Eu não tenho maldade no coração, mas já fui má algumas vezes pra tentar me defender. Eu sou do amor e odeio desamor, mas não sou um modelo ideal de quem ama. Eu sou assim mesmo, pra quem goste e pra quem não goste, quem tiver achando ruim, me erre, vou continuar vivendo, assim, no meu mundinho.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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