Quem já morreu de amor uma vez, morre de medo de amar de novo, amar dói na alma, não me diga o contrário. Mas é certo que a gente deve continuar vivendo pra poder amar de novo e deus parece que fica querendo testar o coração da gente pra ver se a gente aguenta mesmo. As paixões são inevitáveis/ inventáveis pra quem é feito de amor, como não se apaixonar quando encontra o beijo que encaixa, o abraço que aquece, o ombro que te faz querer pousar um pouco? Não tem jeito, tem que se jogar. Mas é certo também que quem já morreu de amor não se joga tão fácil assim e tenta disfarçar, mudar o caminho, colocar uma fantasia pra esconder as turbulências que o novo abraço tá causando, quase como uma guerra, calculando cada movimento e estratégias de combate, a gente se esconde até re-descobrir que amor não é um tabuleiro de xadrez.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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