Uma agenda lotada pra quem tem disposição é viciante. Compromissos em cima de compromissos, missões dadas, missões cumpridas. Discussões, confusões, reuniões, correria, sem hora pra dormir, com hora pra acordar, sem hora e dia certos pra chegar em casa, nos momentos de vitória a satisfação, agora todos os sacrifícios valiam à pena e faziam sentido, o sentimento? renovação! E assim foram seguindo todos os meses, 48 meses sem parar até que de repente o corpo, a mente e alma clamam pra desacelerar, pra cortar compromissos, esquecer alguns, ser esquecida! De repente a única renovação é correr pra chegar em casa como se em casa fosse um refúgio paralelo a vida real, mas em instantes lembra que a vida real é aquela ali, cumprimentar os rostos tão conhecidos na rua, ter o colo de quem se ama, deitar na cama sem peso na consciência e se sentir feliz por isso, de repente a menina que não parava quer parar, ela não deixou de sonhar nem de acreditar no que acredita, mas não quer mais discussões, confusões, reuniões e correria, ela quer d e s a c e l e r a r e entende que a liberdade dela está nisso, pois então, menina, que seja feita a vossa vontade sem esquecer todos os olhos que você já fez brilhar, por que essa era sua missão, despertar os sonhos mais bonitos do outro e fazer olhos brilharem, nunca esqueça dos olhos que já brilharam pra você e com você, "foi o tempo que dedicaste a tua rosa que fez tua rosa tão importante."
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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