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Mostrando postagens de abril, 2016

O GOLPE É NO POVO!

A cabeça fervilha, os ânimos estão exaltados, existe um sentimento complexo de indignação, tristeza e muita raiva com a injustiça cometida. É preciso calma, eu que sempre digo que a gente deve colocar o coração na ponta da língua pra falar de política, defendo nesse momento difícil a frieza pra refletir sobre tudo que estamos vivendo para planejar bem os próximos passos. Quando tive minha consciência de classe despertada e entendi a necessidade de superar muitas contradições estruturais, como o caráter antidemocrático do sistema político eleitoral brasileiro, pensei que sabia do que estava falando, talvez apenas ontem eu tenha tomado total consciência do que realmente significa ter elegido em 2014 o Congresso Nacional mais conservador desde 1964. Muitos homens, poucas mulheres, muitos homens brancos, quase nenhum negro, muitos homens votando “pela família e por deus”, quase nenhum votando pelos direitos sociais de homens e mulheres conquistados nos últimos anos que é o mais caro p

DESCUIDO E POESIA

"Mas fica, quem sabe um dia por descuido ou poesia você goste de ficar", Chico escreveu inspirado em nós, ele olhou pra gente e pensou, eles tem que insistir, tem que permanecer, tem que estar/ficar e quem sabe eles insistindo, por descuido da mão no peito, das músicas de Seu Jorge, da procura de companhia ou da poesia que explode em cada encontro, eles gostem de ficar. E ficamos, por descuido ou poesia, por descuido e poesia. A gente é descuido, é poesia e é silêncio. Aquele silêncio da última noite, aquele silêncio que era muito barulhento, respiração, estalos e suspiros. Aquele silêncio que não dizia nada, mas dizia muita coisa. Aquele silêncio que tinha gosto de beijo contido, de cheiro de pele, de calor de abraço apertado, tão apertado que só podia acabar em suspiro. Aquele silêncio era o descuido, era a poesia, era a felicidade.

ao camarada que me acompanha

Camarada, sou feita de registros, você já sabe, alguns são impublicáveis, não por serem inconfessáveis, mas por não querer dividir com terceiros algumas sensações.  Acredito que as relações são nutridas pelas sensações que causam e você tem causado belas sensações em mim, algumas delas compartilho com o mundo sem receio e as descrevo aqui, como a necessidade de estar perto porque a saudade não deixa a gente se perder de vista por muito tempo, como a sintonia dos nossos corpos em movimento ou em repouso, como a ansiedade em querer dividir as pequenas conquistas cotidianas um com o outro, como a felicidade que todas essas sensações juntas causam em mim e tantas outras que prefiro não descrever. Assim como prefiro não ter algumas coisas. Eu poderia, por exemplo, conhecer milimetricamente cada traço das tuas tatuagens, mas prefiro ter o que descobrir ainda por muito tempo, eu poderia levantar da cama pra comer quando a fome batesse ou pra não me atrasar pra nenhum compromisso, mas