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Mostrando postagens de janeiro, 2016

nossa poesia

Não desperdiço um pingo de inspiração sequer. escrevo porque te sinto, você me dá sentido de alguma coisa boa, ainda que te sinta assim tão distante. Acho que é onde está a  nossa poesia, nisso de não entender direito, de sermos tão próximos e tão distantes, nisso de ser a gente.  Eu gosto da nossa liberdade, mas às vezes o que eu queria mesmo era te roubar pra mim por tempo indeterminado, onde não tenha ninguém olhando e a gente fique à vontade pra ser tudo que a gente é. Já te disse algumas vezes o quanto eu gosto de ficar te olhando no meio da multidão e gosto mesmo, mas gosto mais de te olhar no meu quarto, enquanto mexe no celular ou dorme.  Quando duas pessoas que se gostam estão sozinhas juntas se cria um mundo ali, uma espécie de bolha que protege, acolhe e permite com que os dois sejam aquilo que não são no meio das multidões, juntam-se as singularidades, tornam-se um eco plural dentro da bolha protetora, acolhedora e que só pertence aos dois e a mais ninguém.  É

a UJS e os desafios do Recife

A União da Juventude Socialista - UJS é uma entidade dirigida ideologicamente pelo Partido Comunista do Brasil, mas com autonomia e organização própria. Estamos organizados em direções municipais, estadual e nacional, também constituímos núcleos em bairros, sindicatos e universidades. Somos a maior escola de política desse país, especialistas em fazer movimento estudantil, frente que forja quadros preparados para assumir os desafios que estão dados na nossa sociedade, que faz uma leitura responsável e consequente da conjuntura política do país, nós somos muitos, já fizemos muita coisa, mas ainda estamos apenas começando. Realizamos congresso em dois e dois anos, atualizamos nossa política e elegemos novas direções, fazemos campanha de massas, filiando muita gente, qualquer jovem pode se filiar na UJS e ter a oportunidade de conhecer nossa entidade, claro que uma entidade de massas não consegue acompanhar todo mundo e aí cabe ao militante também a responsabilidade de estudar, parti

carinho, poesia e cumplicidade

Desde o último dia que nos falamos, pensei "tenho que escrever pra ela". Eu tô longe, nem sabia a data do teu aniversário, a partir de agora vou lembrar: dezoito de janeiro, falei em voz alta pra gravar melhor. Escrever porque isso é um das coisas que mais nos liga, deve ser a coisa principal, deve ter sido a partir dessa troca, que a gente criou e não me lembro como começou, isso que tu descreveu bem em um comentário: carinho, poesia e cumplicidade. Poesia é o que tenho pra te oferecer hoje, espero que goste. Se eu não me recordo quando começamos com essa relação que vou chamar de 'troca', me recordo de tudo que já teve entre nós. Lembro de te ver pela primeira vez na plenária do Congresso da UEP em 2011, tu e Wilma. Foi adoração à primeira vista. Depois disso, te ouvir atentamente a cada reunião era um privilégio pra mim, observava tudo, tua postura, o dedinho dobrado, a fala paulatina, a qualidade política da intervenção. "Como Iana é boa", eu pensav

ônibus, passagem, mercadoria, direito

Eu vou declarar uma coisa aqui pra vocês do fundo do meu coração: eu adoro andar de ônibus! É, eu sempre tô resolvendo alguma coisa pelo celular, falando com alguém, então quando entro no ônibus ganho o tempo que não teria se tivesse andando ou de bicicleta, quando o trajeto é um pouco maior consigo desligar a internet do celular e ler um pouco. O ônibus também proporciona o encontro com as pessoas, como sempre pego muito ônibus e de linhas diferentes, vez ou outra encontro algum amigo/a ou conhecido/a que não via há tempos, fora que a gente sempre faz amizades novas. Sem falar também da diversão que é a muvuca no ônibus, vendedores ambulantes, poetas, músicos, uma variedade incrível.  Pois então, adoro andar de ônibus, o que eu odeio e que me deixa doente é esperar, por exemplo, um Barbalho/Detran da vida, a gente espera coisa de 1h ou mais, eu odeio quando ele tá lotado e a gente acaba ficando em situações constrangedoras, principalmente nós mulheres, os engarrafamentos então acab

dona maurina

- beta, soubesse que dona maurina morreu? - não, quando? - ontem, o enterro é agora de tarde Pensei em ir, dona Maurina tava muito velhinha, não era mais vista e quando não somos mais vistas, não somos lembradas, sim, esqueci dela, tanto que a notícia de sua morte nem me surpreendeu (eu meio que pensei, poxa ela ainda tava viva né?), nem doeu na verdade, morte de gente velha dói menos. Dona Maurina era uma vizinha, acho que tinha bem mais que 80 anos, guardo poucas lembranças, lembro dela de cabelo solto gritando com o neto, lembro da voz firme dela, lembro dela subindo a ladeira com um balde na cabeça, lembro dos olhos vivos dela, lembro de ter feito questão de ir na porta da casa dela a algum tempo onde minha tia se encontrava na porta pra conversar pra cumprimentá-la, deu pena, tava tão debilitada.  Então, fiquei nessa merda de internet e nem vi a hora passar, na hora que tava compartilhando um vídeo de Lia de Itamaracá, já que hoje é aniversário dela, fui colocar umas

JURAMENTO A TODAS AS MULHERES

Eu juro que seremos irmãs e que eu vou entender cada uma de vocês, a cada instante e em todos os momentos, porque essa semelhança de sermos mulheres nos une e faz com que eu me coloque no teu lugar incondicionalmente, embora possa discordar de uma coisa ou de outra de vez em quando, mas eu vou compreender e sentir a tua dor quando tu fores julgada, violentada, agredida, ofendida, por homens ou por outras mulheres e também vou entender essas mulheres, ainda que discorde. Eu juro, minhas amigas ou não amigas, que vou defender todas vocês quando colocarem a culpa na gente, quando disserem que a gente fez a escolha errada, que a gente é louca, quando disserem que a nossa luta não faz sentido, vou defender com unhas e dentes porque por muitos anos estivemos caladas, por muito tempo aguentamos tudo sozinhas, mas agora estamos nos encontrando com megafones e nunca mais vão calar nossa voz. Eu juro, menina que vou contribuir de alguma forma pra que os meninos que crescem contigo não t

simplicidade

As pessoas inventam tantas invenções pra poder viver que a simplicidade me emociona. Cada um tem seu jeito de levar a vida e de encontrar com o que faz bem, eu sou feliz quando encontro gente que eu gosto, quando essa gente me faz sorrir com besteiras do cotidiano, sou feliz quando no primeiro dia do ano tem feijão pronto feito pelo meu pai, quando volto andando pra casa sozinha, bêbada e feliz, quando não tenho hora pra acordar, quando brinco de paquerar na rua como antigamente e não pelo whatsapp. Meu coração fica emocionado de tanta felicidade com o que essas coisas simples traz, que quando vem coisa complicada, eu já tô protegida, sei onde posso me refugiar.

20 de novembro de 2015

É que abri minha caixinha de brincos essa manhã e senti o cheiro da tua marijuana, lembrei daquele dia em que encontrei depois de tanto tempo o abraço que me encaixava, mas amanheceu e depois perdi os teus braços de vista. No ônibus coloquei pra tocar no meu celular aquelas músicas esquisitas que você me mandou, depois que a gente passou uma manhã inteira trocando música, todas elas me fazem lembrar da gente e as letras de todas elas soam como as palavras que não trocamos naquela conversa marcada que nunca aconteceu. Se eu fechar os olhos consigo te ver sorrindo pra mim, um sorriso maroto, safado, feliz, um sorriso de quem sabe viver e é malandro e é esperto e é menino e é moleque, o teu sorriso.  Fico sem querer confessar, mas confesso que aquela ligação no meio da manhã deixa aquele pedaço do dia mais sorridente e mais leve, deixa mais confuso também, mas deixa mais leve que confuso, é que eu queria não querer te atender, mas não consigo não atender a chamada de quem me faz sorr