Camarada, sou feita de registros, você já sabe, alguns são impublicáveis, não por serem inconfessáveis, mas por não querer dividir com terceiros algumas sensações.
Acredito que as relações são nutridas pelas sensações que causam e você tem causado belas sensações em mim, algumas delas compartilho com o mundo sem receio e as descrevo aqui, como a necessidade de estar perto porque a saudade não deixa a gente se perder de vista por muito tempo, como a sintonia dos nossos corpos em movimento ou em repouso, como a ansiedade em querer dividir as pequenas conquistas cotidianas um com o outro, como a felicidade que todas essas sensações juntas causam em mim e tantas outras que prefiro não descrever.
Assim como prefiro não ter algumas coisas. Eu poderia, por exemplo, conhecer milimetricamente cada traço das tuas tatuagens, mas prefiro ter o que descobrir ainda por muito tempo, eu poderia levantar da cama pra comer quando a fome batesse ou pra não me atrasar pra nenhum compromisso, mas prefiro ficar com fome, mas prefiro me atrasar e me manter quente nos teus braços como se nada fosse mais importante, eu poderia exageradamente te dizer coisas bonitas e fazer registros como esse aqui com mais frequência, mas prefiro dizer aos poucos pra não gastar muito a poesia da gente.
Suspeito que nunca estive tão satisfeita com o sentir, esse sentir que só a gente entende, esse sentir que é aprendizado, troca e querer bem, esse sentir que tem gosto de abraço bem apertado e muitos beijinhos antes de dormir e depois de acordar, esse sentir com tua cara de deboche e minha cara de cínica, sinto essas sensações não só porque o homem que me amar deverá amar o povo, mas também porque tem que ser força junto comigo, tem que ser liberdade, tem que ser alegria no meio da rua falando com gente estranha, tem que ser malandragem, tem que ser carinho a qualquer hora do dia, tem que ser poesia, porque é você e por que sou eu.
Saudações revolucionárias e poéticas ao meu camarada!
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