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Mostrando postagens de 2020

Amanhã eu vou votar em João Campos e Isabella de Roldão para a prefeitura de Recife.

Desde 2012, ano em que elegemos Geraldo Julio e Luciano Siqueira , me organizo no PCdoB, naquele ano minha candidata a vereadora era Antonieta Trindade . Foi a primeira vez que entendi o que representavam as eleições municipais e a discussão da disputa de projeto de cidades. Nós do PCdoB, defendemos diariamente um projeto nacional de desenvolvimento para o nosso país, seja nas entidades dos movimentos sociais ou nos espaços de governo que ocupamos. Defendemos o meio-ambiente, a garantia da saúde, educação e assistência social para todos e todas nós, reformas estruturantes no sistema tributário e político e os direitos sociais das parcelas historicamente oprimidas na sociedade como as mulheres, as pessoas negras e LGBTs. Nós defendemos um país mais justo pras pessoas com desenvolvimento social e distribuição de renda. Só que temos a clara compreensão que para alcançar nossos objetivos, nem sempre vamos percorrer o caminho ideal, precisamos traçar nossa estratégias a partir do que temos

reunião on-line da UBM

As reuniões on-line são nossas alternativas para tentar dar seguimento as demandas do trabalho, militância, da vida escolar e acadêmica, da vida real. Objetivamente são para isso, para que as coisas não parem, subjetivamente, para nós pobres mortais, pode ser sinônimo de reencontros, de companhias, de afagos. Tão bom ver quem a gente gosta nesses tempos mesmo que pela telinha, claro que nada jamais superará o abraço apertado de ver quem se gosta, mas ajuda a aliviar um pouco, concorda? Pois bem, hoje tivemos reunião da União Brasileira de Mulheres (UBM) de Pernambuco com dirigentes nacionais e subjetivamente falando, foi assim que me senti. Que bom saber que ainda estou com vocês. No movimento estudantil adorava ouvir as falas de Iana e Wilma, inclusive as conheci assim, fazendo fala juntas em um congresso da UEP em 2011, hoje pude reviver isso, já que somente agora estou me somando organicamente na UBM, senti alegria de verdade ao estar no mesmo espaço mesmo que virtual de mulhe

um mundo de dores

"a felicidade não é deste mundo" é o que diz o evangelho segundo o espiritismo, eu que ando mais apegada com a fé que nunca, acredito nessa máxima. vivemos em um mundo de dores, e eu não tenho dúvidas que é o que a maioria das pessoas sente, muita dor na maioria dos seus dias. a maioria das pessoas em todos os cantos do mundo vive lutando, suando, enfrentando, tentando sobreviver. ainda sou só dor do que aconteceu com nosso miguel, porque ele agora é nosso, mas semana passada foi com george nos EUA, e todos os dias está acontecendo também com milhares, MILHARES de brasileiros e brasileiras devido à pandemia do novo coronavírus. esses acontecimentos diários, que consideramos tão injustos e que de fato são, doem tanto pra quem sente, e todas as vezes que sinto isso, olho pra vida que não para e continua exigindo tudo da gente, estudar, trabalhar, reunir, cuidar e inclusive lutar contra tudo isso, o mundo não para pra que a gente se cure, a vida foi feita pra gente seguir c

14º plantão

Nos primeiros eu só sentia medo, receio, insegurança, antes de tudo porque nunca fui enfermeira de hospital, minha experiência é em unidade de saúde da família e alguma experiência em gestão na atenção básica. Então começar num hospital em um setor com pacientes suspeitos e confirmados de covid-19 me fez sentir algum medo. Era o que eu mais sentia, senti algum pânico na primeira vez que precisei me paramentar e entrar numa enfermaria, mas olhava para as técnicas que são responsáveis por todo o procedimento de administrar medicamentos, de dar banho no leito em quem não pode andar, as via serem obrigadas a tanta proximidade com a assistência que entendi que enquanto enfermeira do setor, eu não poderia cuidar apenas de burocracias e procedimentos que são privativos da enfermeira.  Assim como elas, eu tenho que estar ali, perto dos pacientes, um por um, saber das necessidades deles, ver as queixas, conhecer todos os rostos, confesso que nos primeiros plantões me esquivei um pouco diss

redes sociais, lado b

Estudando alguns meses pra um concurso, vi que todos os textos usados nas provas de português só falam sobre como andam as nossas relações, sim, as nossas, inclusive minha e sua que está lendo isso aqui. Na verdade fala de mais algumas coisas também que se relacionam de alguma forma, como as exigências que a gente enfrenta diariamente pra alcançar e ser sei lá o que, como a saúde mental das pessoas. Se misturar tudo, dá um bolo só. Os textos estão falando sobre isso, porque são os problemas que mais nos assolam e nos engolem. Eu gostaria de falar de tudo isso, e se tiver tempo para poesia e a escrita, me dedico depois a refletir sobre com vocês, mas queria redigir agora algumas linhas sobre as  redes   sociais  digitais especificamente.  Por duas vezes decidi me desconectar do instagram, facebook e da última vez, exclui meu whatsapp também. Eu queria compartilhar o sentimento de liberdade que dá. Eu pelo menos dedico sempre, quando estou inserida nas redes, alguma energia importan

o alento da música

Um dia desses no plantão noturno, começou na televisão o documentário que conta sobre a trajetória de Chico Science, fiquei tão energizada no momento que esqueci onde eu tava por minutos seguidos até ouvir o chamado constante e necessário "enfermeira". Ouvir música te transporta pra outro nível de consciência, transcende, vai além. A música faz a alma da gente vibrar. Enquanto assistia o documentário, lembrei do tempo que estagiava com frequência em hospitais e me perguntava por que não teria equipamentos de som ali, por que não tem música nos hospitais públicos? Sempre ficava pensando sobre isso, de como iria ajudar as pessoas internadas a manterem a mente com alguma sanidade, como poderia trazer instantes de prazer, alegria, ou reflexão, paz, sei lá, a música não tem limites. Então voltei a pensar, imaginar, se agora, em tempos de solidão que a pandemia do novo coronavírus traz aos que mais precisam, aos enfermos e enfermas que precisam de internamento, apesar de todas

dos legados da pandemia

Desde que vejo a fome e o desemprego assolarem as pessoas ao meu redor, como na comunidade que trabalho, entendo que não se pode esperar apenas por políticas públicas dos governantes, desde que foi aprovada a Emenda Constitucional 95 em que limita os "gastos" com direitos, como saúde, educação e assistência social, entendo que as lideranças políticas desse país que aprovaram essa barbaridade, não se importam com a vida das pessoas.  Entendo então que além de travar a luta política social para derrotar as forças que não representam as necessidades das pessoas, que deve ser fortalecida, nas ruas, quando podíamos estar nas ruas, nas redes, em todos os lugares, e na principal arena de luta, a consciência do povo, precisamos de mobilização em rede de apoio. Acredito que já faz um tempo que todas as entidades dos movimentos sociais, partidos políticos e figuras públicas, deveriam assumir a trincheira da caridade, da solidariedade. As pessoas que tem "fome de tudo"

você sabe meu nome?

você sabe a importância de saber o nome de alguém? de reconhecê-las e vocalizar seus respectivos nomes? claro que obviamente não estou me referindo as pessoas próximas de nós, colegas de trabalho, família e amigas, tô falando das pessoas que não são dessas relações. tô falando da moça da padaria, do garçom do restaurante que se vai com frequência, ou do ascensorista do elevador do trabalho, do cobrador do ônibus que pegamos religiosamente no mesmo horário, saber esses nomes importam muito, criam vínculos. tudo bem, nem todo mundo tem essa facilidade em memorizar rostos e nomes, mas acredito também que a iniciativa do interesse já faz muita diferença, como a pergunta "qual seu nome?" eu particularmente tenho uma memória que às vezes tenho até vergonha de tanto que me recordo das coisas, eu reconheço pessoas de 20 anos atrás no meio da rua e cumprimento as pessoas que, com lógica, não sabem quem tá falando. então lembrar o nome pra mim é uma coisa bem básica. sempre cu

os detalhes dos "os heróis da saúde"

Eu nasci para questionar, já entendi. Absolutamente tudo. Às vezes até demais, às vezes até o que nem é pra ser, virou um meio de vida, eu questiono porque desacredito de muitas coisas que estão postas, e já entendi que muitas pessoas naturalmente aceitam tudo, por diversos fatores, e por outros fatores, eu questiono. E me peguei questionando a mim mesma, será que é hora de não questionar os "detalhes", será que tudo que não seja morrer ou viver serão detalhes? Ou será que os detalhes são os que mais importam agora. Será que não são eles que nos mostram realmente quem somos, onde estamos, o que estamos fazendo.Tá muito vago de me compreender talvez. Vamos aos questionamentos. Usam tanta hashtag sobre "heróis da saúde", e juro que o detalhe da flexão de gênero me incomoda e juro que não é por falta de problemas para eu refletir, mas esse detalhe me importa, se a nossa língua fosse democrática e a flexão de gênero fosse determinada pela maioria que compõe o que s

o futuro depois da quarentena

Ninguém está bem, ninguém pode estar bem esses dias, mas precisamos ficar. Eu sempre odiei ir ao dentista, e me lembro que quando eu era pequena que tinha que sentar naquela cadeira que pra mim era assustadora, começava a pensar em sorvete, eu focava no sorvete e nada tirava ele dos meus pensamentos, era o meu mecanismo de fuga do incômodo de estar ali. Nesses dias caóticos que as notícias são as piores possíveis e as previsões de futuro são piores ainda, confesso que ainda não sei bem no que pensar pra fugir, mas tenho deixado de lado leituras, estudo, pequenas disposições em fazer uma comida básica ou assistir uma série legal, talvez seja a fuga que criei, paralisar e tentar não pensar em nada, ver as horas passarem na minha frente. Essa fuga não é legal. E acredito que não estou sozinha nesse modo de operar na quarentena. E como ninguém pensa em nada, penso que na verdade tenho pensado em muita coisa, de pensamentos não se foge. E tento pensar sempre no depois, já que o present

filhos ressignificam a vida

"filhos ressignificam a vida", eu não sei se fui eu quem criei essa frase, ou se já ouvi alguém falar ou escrever isso, talvez eu tenha visto na legenda de uma foto de uma pessoa sobre como uma criança próxima a ela ressignificava as coisas, acho que foi isso, mas eu nunca esqueci, até eu ter minha filha e entender o quanto os e as filhas ressignificam absolutamente tudo que existe para quem é mãe, pai, para quem os/as tem. antes da gente ser mãe o mundo é de um jeito, depois da chegada de um serzinho novo tão dependente de você, é como se o mundo abandonasse a roupagem e víssemos surgir uma nova conformação em nossa volta, várias coisas deixam de fazer sentido, já outras só sabem quem os tem, parafraseando vinícius. faz um pouco mais de três anos que loreta me apresentou um mundo mais bonito. andar de ônibus, seja da encruzilhada até santo amaro, seja de recife até itamaracá, não é tão pesado quando olho pelos olhos dela, pra ela ônibus é lugar de querer sentar sozi

o corona, a meditação, o osso de galinha, a menina da tv

Estamos sendo massacrados por uma doença que atinge nossas vias respiratórias, não é uma "gripezinha" como ousam dizer por aí. Dizem que a probabilidade de causar maiores danos está restrito a grupo de riscos, como idade e comorbidades associadas, mas a missão de todas nós no momento é lutar para diminuir ao máximo o potencial de transmissão do vírus com uma medida básica de prevenção: ficar em casa. Qualquer coisa fora do padrão de normalidade da nossa saúde, já incomoda bastante, imagina então uma doença respiratória o quanto nos debilita.  Deve ser muito desesperador.  Respirar é um ato involuntário, a gente respira que nem sente. Tento meditar às vezes e em todas as minhas tentativas eu lembro de duas coisas que ficaram marcadas na minha memória. A primeira é de um paciente. Conheçam a história: em um dia qualquer ele tava almoçando e teve um engasgo com osso de galinha, pela maneira que relatou não foi um engasgo que ele considerou importante, passou, algum tempo dep

obviedades em meio ao caos

Nada é tão humano quanto uma doença, nada é tão humano como estar doente, os processos biológicos de nascer, reproduzir, adoecer, morrer validam em nós a ideia da igualdade. Somos iguais perante a morte. Não tem nada pior pra cada um de nós que uma doença, ou até mesmo qualquer coisinha, sabe uma afta? Incomoda bastante, deus me livre. Eu li em algum lugar dos estágios que passei na faculdade, algumas coisa do tipo "a doença nos torna estranhos a nós mesmos", é como se aquela condição que a gente está não fosse a gente, porque não é nossa normalidade e isso causa um sentimento melancólico/triste de estranheza.  Eu tava com ideias de escrever sobre outras coisas até uns dias atrás, mas não dá pra rolar fuga ao tema nessas condições, só pensamos juntos em uma única coisa e vamos ter que passar por isso, então vou fazer meu registro, como era de costume, sobre o que passa aos meus olhos. Acredito que muitos de vocês ao menos já "passaram a vista" nas várias fo

se benze e reza

essa sensibilidade exacerbada, exagerada, demasiada, ainda vai me matar, eu sei que é disso que vou morrer, de sentir. sentir dói quando é de coisa ruim. estamos em 2020, ano que eu e acredito que tantos outros esperávamos com esperança de sei lá, alguma coisa melhorzinha que o maltrato dos outros anos tem feito com a nossa gente, será que ainda dá pra ter um ano bom? acho que não. o ano é 2020 e estamos no meio do caos, quem dera fosse greve de caminhoneiro ou alguma grande derrota política nas urnas, quem dera fosse qualquer coisa que deixa a gente limitado pra resolver as coisas da vida. o ano é 2020 e a nossa frágil humanidade - no sentido de ser humano - está ameaçada por contabilização de novos casos, mortes, muitos novos casos, muitas mortes, vocês estão sentindo o que eu tô sentindo? dói tanto né? a gente só fecha os olhos e pede que isso acabe, passe. vai passar, olha lá a china, ufa, dá uma sensação de alívio né? a gente vai chegar lá né? vai dar certo né? eu espero que sim.

minha eleitora sueli

Em 2016 fui candidata à vereadora em Recife pelo meu partido, o PCdoB, quando se é candidata/candidato você precisa ter onde pedir votos, onde e a quem, definimos que meu lugar/pessoas seriam as universidades/estudantes, principalmente a que me formei, por ter maior inserção e relações políticas e pessoais. Mas claro, queríamos alcançar (eu falo no plural porque era um projeto coletivo) o maior número de pessoas possíveis e não só o público restritamente universitário, então buscávamos abrir os mais diversos diálogos, como batalhas de rap, visitas em casa de familiares dos amigos e amigas, hospitais devido a minha formação de enfermeira, grupos de dança, enfim, uma variedade de lugares/pessoas.  Além de ter esses "alvos" sempre planejávamos atividades que pudessem ter algum retorno concreto nas urnas, jantar de adesão de campanha, aniversários, chá de fraldas (na ocasião eu estava bem grávida) e o de praxe, panfletagens. Bem, fizemos nossa campanha dentro das limitadas c

só pra constar nos registros

decidi que voltarei a me dedicar a isso aqui, o exercício da escrita pra mim sempre foi importante, acho que já falei disso antes... mas faz tempo, eu adorava escrever historinhas, eu tive vários diários, eu sempre gostei de escrever, não posso deixar que essa vida que sufoca a gente com tanta demanda, me deixe sem poesia, não posso. vou tentar voltar e inaugurar um novo início (pleonasmo né?  licença poética) portanto, a partir de hoje, não me refiro mais ao meu blog como "PRETA SEM JUÍZO", apesar de ter convicção que tenho cada vez menos, principalmente depois de uns ataques de ansiedade que andei sofrendo, que o relato vai ficar pra os textos que pretendo escrever, mas quero me reapresentar como apenas "MELKA", meu nome é a única definição que me cabe, odeio referências como a que é enfermeira, a que é mãe, a que é feminista. estou voltando, pretendo me disciplinar a escrever pelo menos um texto por semana (pra dissertação ninguém quer escrever né?) e falar de t