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A CIRANDA DE LIA

Eu tinha que escrever ainda hoje, senão eu morria! Nessa noite de sábado de um feriadão, eu pretendia sinceramente resolver umas coisas pela internet e só. E recebi dois convites da minha mãe, o primeiro foi o de ir pra missa, esse não rola, ela pode me chamar mil vezes que eu não vou, o segundo foi o de ir pra CIRANDA. Pensei um pouco e avaliei muito, fazia tempo que não ouvia falar que tava rolando ciranda aqui em Jaguaribe e também lembrei que ando precisando me aproximar das pessoas que mais amo no mundo, a distância entre nós tá muito grande, isso é um absurdo e me sinto muito culpada por isso! Enfim, não é disso que quero falar, eu fui! E lá me despertou por uma cascata de emoções, aquele lugar, aquelas músicas, a voz de Lia, aquela roda de ciranda e estar perto da minha mãe foi tão nostálgico. Foi até engraçado eu dizer que foi nostálgico estar perto da minha mãe, mas é isso mesmo, era ela que me levava quando eu era pequena, a gente nem morava em Itamaracá ainda e desde cedo eu me familiarizei com a ciranda. Lembro quando minha vó Lourinha morreu, Lia cantou uma música pra ela. 





Bom, quando eu cheguei tava tocando COCO, depois samba de ANGINHA, uma senhora daqui também, há quem ache que é tudo a mesma coisa, mas vai dizer isso pra o povo de Itamaracá, que é doido por CIRANDA. Não é, são muito diferentes inclusive e foi visível. Antes de começar a ciranda, eu não vi quase ninguém indo pro meio do espaço lá dançar, mas foi Lia começar a cantar que lotou. O povo daqui não gosta de ouvir ninguém de fora cantando não, só serve se for LIA e se for CIRANDA! E em alguns minutos a roda da ciranda ficou enorme, tinha menino, um número tímido de senhores e muitas mulheres, de todas as idades! E a maioria das pessoas eram os filhos da terra, coisa bonita de se ver. Até quem não sabe o passo quer entrar na roda, por que aquele ritmo atrai, o passo da dança é o mesmo em todas as músicas, mas em todos os momentos das passadas a energia não diminui! Não dancei, pra mim, olhar já era o suficiente pra me sentir bem ali, foi bom ouvir ter ido lá, sentir a areia fria da praia nos pés e tantas outras coisas. 


Eu estava na beira da praia
Ouvindo as pancadas
Das águas do mar
Essa ciranda quem me deu foi Lia
Que mora na Ilha
De Itamaracá ♪ ♫

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