Falavam sobre o amor entre os casais ao redor do mundo, na china, no paraná e em araripina - sertão de pernambuco - entre os casais das imediações também, como os amigos próximos, foi quando ela perguntou sobre um casal específico: - eles se amam? ele respondeu: - se amam, mas depois pensou um pouco e disse: - não sei muito descrever o que é o amor. Ela achou aquilo poético e profundo e ficou se perguntando qual seria a definição que cabia ao amor, amor é amor, talvez de fato ele fosse incapaz de descrever o amor porque amor não cabe em definições, não existe sentido literário, tem coisa que é de comer, tem coisa que é de sentir.
Ela, por exemplo, sentia várias coisas por ele, foi descobrindo aos poucos prazeres que jamais tivera coragem de descobrir antes, mas se permitiu. Descobriu a emoção da ligação no final do dia pra compartilhar as conquistas e atropelos diários, não como já tinha feito antes e fazia sempre com qualquer pessoa, mas com ele, que entendia ela, que entendia aquela conquista, aquele atropelo, sabia como tinha chegado ali, sabia o que poderia vir depois porque eles estavam conectados, ainda que em agendas distintas. Talvez aquela emoção fosse algo parecido com amor, mas ela também não sabia descrever o que era o amor, então foi sentindo.
Assim era com várias outras descobertas, a necessidade de estar perto, o diálogo sincero, o desejo de carne permanente, os ciúmes descontrolados, o cultivo de todos os dias, tudo isso era de fazer emocionar, talvez essas emoções fossem algo parecido com amor, mas eles não sabiam mesmo descrever o que era o amor, eles não declaravam amor, eles não precisavam definir o amor, a definição do amor era eles e o amor estava em cada emoção cotidiana, para além da paixão.
A nossa língua é maravilhosa por isso: faz com que pessoas de extrema sensibilidade construam um texto tão lindo e poético como este. Parabéns.
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