Vou começar com a frase clichê
que mais tenho usado recentemente pra descrever o momento que estamos vivendo, “são
tempos difíceis para os sonhadores”, os sonhadores que defendem o público e o
estado de bem estar social para a população, claro. Camaradas, não se assustem,
não TEMAM, é apenas aquilo que Marx falou “a história de toda a sociedade até
os nossos dias nada mais é que a história da luta de classes”. É a luta de
classes! É a disputa entre projetos antagônicos que têm objetivos e faces
distintas, que têm representantes e representados diferentes!
Não ousemos
desanimar, os nossos representados necessitam de nós, de nós que temos consciência
de classe. Peço que não nos assustemos, não desanimemos e não desistamos,
passamos por um período muito vitorioso onde não exploramos nossas contradições
e muitas vezes as subestimamos como as alianças prioritárias, a consciência
política do povo beneficiado pelas conquistas garantidas e principalmente o
distanciamento da base, da luta de massas real. Agora estamos sofrendo um
contra-ataque ofensivo, sofremos um golpe com uma agenda implementada na cena
política que não é a mesma que foi aprovada nas urnas, talvez seja o maior
desmonte de direitos que estamos sendo reféns num período tão curto de tempo,
todos os projetos de leis anunciados até o momento colocam a conta da crise no
bolso dos trabalhadores, jovens e mulheres principalmente, o que podemos fazer?
O sentimento de quem sempre esteve na luta é a necessidade de radicalizar, por
mim eu colocava fogo em quase tudo, mas essa tática não ajuda, encontramos nas ocupações
de escolas e universidades uma boa maneira de expressar nossa resistência, é
preciso coragem pra paralisar aulas e pautar dentro das instituições formadoras
de opiniões a agenda de resistência porque toda sociedade tá dividida, de fato
a ofensiva é muito grande, são poucos os que fazem a luta em defesa do povo,
estamos em desvantagem nesse cabo de guerra, mas ainda assim estamos resistindo
com bravura.
São tempos de radicalizar com responsabilidade, apontar sem medo
todas as contradições, entender que a saída só pode se dar pela política e pela
tarefa de casa que deixamos por fazer: realinhas as forças progressistas que
lutam pelo povo, garantir a unidade dessas forças, conscientizar a população
sobre o que vivemos e ser a base, ser o povo, sem discurso de ódio, sem
intolerância. A democracia é um exercício diário e difícil, mas somente com ela
encontraremos a alternativa pra voltar a acumular forças e voltarmos pra nossa
agenda de perspectivas e felicidade pra quem não tem oportunidades.
E concluo com um trecho do poema de Thiago de
Mello, “para os que virão: ... não importa que doa: é tempo de avançar de mão
dada com quem vai no mesmo rumo, mesmo que longe ainda esteja de aprender a
conjugar o verbo amar... os que virão, serão povo, e saber serão, lutando.”
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