Pular para o conteúdo principal

a hora da virada

Amigas e amigos, queridos e queridas conhecidas, de longe, de perto, de ontem e de hoje, faz um tempo que não paro alguns instantes pra escrever sobre o que penso dos acontecimentos políticos, me acovardei diante das atrocidades e confesso que a desesperança tomou conta de mim, acontece que estamos às vésperas de um processo eleitoral histórico e eu fui tomada por um sentimento de renovação e de esperança que precisa ser compartilhado a todos e todas que eu possa endereçar. Depois do impeachmeant de Dilma, da agenda de retrocessos do desgoverno Fora Temer, da prisão de Lula, dessa crise que a gente atravessa, eu voltei a acreditar que a gente pode virar o jogo, que a gente pode garantir a quinta vitória ao povo brasileiro nas urnas. Quero falar um pouco disso aqui e fazer um chamamento aqueles que querem um Brasil feliz de novo.

Eu gosto de falar a verdade, falar o que eu vejo, defendo o que acredito e tenho lado. Ontem foi realizada a convenção da Frente Popular de Pernambuco, bateu o martelo da chapa majoritária, ao Senado temos Jarbas Vasconcelos (MDB) e Humberto Costa (PT), na vice, a presidenta nacional do meu partido e deputada federal Luciana Santos (PCdoB) e de governador a reeleição, Paulo Câmara (PSB). Eu jamais votaria em Jarbas Vasconcelos, mas entendo a necessidade da presença dele na chapa. Faz parte do jogo, como num cabo de guerra, se é pra ganhar, melhor que esteja do nosso lado. Essa chapa tem um lado, o lado contra a agenda do golpe, dos retrocessos impostos por ele, estamos enfrentando uma crise econômica e social devastadora no nosso país e apesar de todas as contradições do que deveria ter sido o governo cessante, ainda é a melhor alternativa para fazer Pernambuco avançar. As falhas precisam ser apontadas com responsabilidade, mas a unidade popular precisa ser vista como imperativa para que possamos superar as condições degradantes em que se encontra o desmonte do Estado brasileiro. 

A unidade é o caminho, divisões puristas em quem votou pelo impeachmeant e quem não votou não nos ajuda a avançar, os processos são dialéticos, hoje, objetivamente, como renova a esperança? Claro, não podemos tratar com invisibilidade a candidatura ceifada de Marília Arraes, seria legítima, mas queria chamar a atenção para lembrar quem está do outro lado no cabo de guerra que não somos nós, não é Paulo, não é Marília, do outro lado está os interesses dos grandes empresários, está o imperialismo norte-americano, esses são os inimigos do povo brasileiro. Onde puder haver unidade, deve haver, essa é a lei do PCdoB. Os acordos foram feitos, não houve ingenuidade política de nenhuma parte, na minha opinião foi uma exposição desnecessária todo esse processo, quem faz política não entrou hoje e nem ontem, até eu que não sou nada já vi vários desses acordos no movimento estudantil, imagina pra o governo de um estado não é mesmo? Superemos. Que Marília seja deputada federal, o povo pernambucano precisa de mulheres de coragem como ela.

Acredito na eleição de Paulo Câmara e Luciana Santos no primeiro turno. Avante!

As questões nacionais são as que mais me preocupam, mas hoje acordei bastante otimista. Fiquei pensando como que tivesse inventado a roda, "Lula pode transferir os votos dele pra Haddad, ainda pode dar certo!" Ontem, Manuela D'Ávilla retirou sua gigante candidatura, nossa proposta era a unidade da esquerda, só que não foi possível, seguiremos com nosso aliado histórico por um projeto nacional de desenvolvimento, Manu foi indicada como vice de Lula. Eu queria muito ter a oportunidade de votar pela primeira vez em Lula, ele me emociona. Ele tá preso, faz parte do golpe, não vão permitir que ele seja candidato de fato e de direito, mas eu confio no que ele tá fazendo e pelo que tô entendendo, Haddad, ex-prefeito de São Paulo, será o candidato indicado por ele, caso confirme sua impossibilidade de ser. 

Ciro, apesar de ser muito bom, não tem capital eleitoral pra derrotar o que tá posto. Lula não é Jesus, mas os números dizem que só ele salva a gente de ganhar o que parece estar perdido. A gente que tem noção do que tá acontecendo precisa salvar nosso país de um Donald Trump brasileiro, com QI abaixo da média de um ser humano normal, de uma pessoa sem proposta, que tá ganhando voto pelo discurso do ódio, do medo, do senso comum e do outro lá de São Paulo que vai ter mais tempo na TV, Alckmin, que é da turma de Fernando Henrique Cardoso, de Aécio, que em pouco tempo venderia o Brasil ao Império e ao povo sobraria o que estamos vivendo: desesperança, pobreza, falta de oportunidades. 

O jogo agora está posto, agora tá claro, vamos centrar fogo no que é pra centrar, vamos lutar pela nossa felicidade! Vamos pras ruas, pras redes sociais, pra fila do banco e da padaria, pros ônibus e pros metrôs dizer ao povo que acha que tudo está perdido que não está! Que pode dar certo! Hoje amanheci acreditando e escrevi essas linhas pra te chamar a acreditar comigo. Hasta la victoria!



Comentários

  1. Ai que lindo! Renova a esperança sempre!

    ResponderExcluir
  2. Sigamos com a certeza de que fizemos de todo o possível para construir o melhor caminho para a luta do povo!

    ResponderExcluir
  3. Boa! Bastante lucidez no texto. É disso que precisamos, unidade e uma agenda progressista para retomarmos o caminho do crescimento.

    ResponderExcluir
  4. Boa reflexão precisamos da unidade para encontrar a felicidade novamente.

    ResponderExcluir
  5. É isso Melka, basta lutar e acreditar!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

a vida finda

Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo.  Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de  forma relativamente breve, com alguma angústia

A mãe solo

A maternidade é um vivência muito individual e particular, cada mulher de acordo com seu contexto financeiro, emocional, social poderá viver esse processo de uma forma. A maternidade é tida socialmente como uma questão (um problema) exclusiva da mulher, costumo falar em encontros feministas que os problemas privados das mulheres não podem ser privados, devem ser públicos e "coletivizados" por que as questões de uma mulher na verdade são as questões das mulheres e assim são porque foram condicionadas historicamente e estruturadas pelo machismo. Considero a maternidade em si solitária, só você é mãe daquela criança, e isso traz uma carga gigante de responsabilidade para a vida das mulheres de todas as ordens, a maioria são condicionadas socialmente, mas nem todas, porque estou falando de um laço de amor e afeto eterno na vida de uma pessoa, e quando planejada ou desejada é realmente de uma indizível emoção. A maternidade é uma experiência maravilhosamente incrível, mas também p

trabalhos e trabalhos

Vi meu pai e ainda vejo minha mãe fazendo trabalho braçal pra pagar as contas. Muitos trabalhos, meu pai serviços de dedetização, sendo dono de bar, vigilante, minha mãe bordando, revendendo avon, fazendo lanches, ofício que cumpre até os dias atuais. Me pego pensando nisso dentro da sala que trabalho com o ar-condicionado em 16 graus, onde passo as manhãs e as tardes realizando consultas de enfermagem na maior parte do tempo sentada fazendo avaliações, orientações, escutas. Refleti sobre esses trabalhos também uma vez quando entrei no elevador do plantão e comentei com a moça dos serviços gerais que eu tava sentindo frio, ela rebateu que "tava era com muito calor". Penso nisso o tempo todo, como um dia desses que vi um homem de manhã carregando sozinho no ônibus duas caixas de morango pra vender ou quando o marido de uma gestante que atendo não consegue se livrar de uma lesão que deve ser causada por fungos que com certeza veio do trabalho dele na Ceasa. Trabalho é trabalho