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"a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades"

Li essa semana "a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades" e era tudo que eu precisava ler. Apesar de todas as contradições, decepções experenciadas, cansaço, todo mundo quer amar e ser amado e feliz. E parece que a ideia de ser "feliz pra sempre" com alguém é realmente boa e pode ser verdade. Faz sentido e dá mais sentido à vida. Não tô falando puramente do amor romântico, esse pra existir e resistir precisa mesmo de estar inserido em mil outros contextos favoráveis que nessa vida dura e cruel que a gente leva é idealização de gente que tá começando agora.  Eu tô falando de encontrar alguém de verdade pra viver a vida real, que você olhe e tenha certeza (não que é o amor da sua vida, pode ser, a gente quer que seja, mas) que é uma pessoa que dá pra conviver saudavelmente porque consegue basicamente entender o que ela te diz, porque vocês concordam nas questões mais importantes da vida (o jeito de ver a vida) e porque vocês dois estão dispostos e dispo
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24 de fevereiro.

Ele é a trilha sonora que eu quero sempre ouvir. O "caso raro" achado. O cheiro bom que gruda na pele. O caos instaurado. A tranquilidade de uma manhã de domingo. A voz mansa que me atiça. O toque que dá choque. A energia que transcende. A playlist de filmes nacionais. Uma conversa sobre qualquer assunto. O sorriso mais bonito. A risada que encabula. O pisciano sonhador. O brasileiro do brasil. A promessa de verdade. O encontro feliz.

RESIGNAÇÃO

     Lembro que meu pai quando refletia sobre a vida sempre falava essa palavra, "resignação" que no dicionário significa "submissão à vontade de alguém ou ao destino", ele falava a palavra e explicava também e apesar de ser um significado parecido não era exatamente no sentido de completa "submissão", era no sentido que também achei aqui no Google "que aceita pacientemente algo", era isso que ele queria dizer. Ele queria dizer que nas adversidades da vida, todas que surgirem ao longo da jornada devemos "nos resignar", aceitar mas no sentido de enfrentar, viver aquele processo que está dado pra gente, engraçado que nunca falei sobre essa palavra/sentimento especificamente com ele nem com ninguém, mas escrevendo aqui agora parece que lembro disso dentro de mim o tempo inteiro, no meu subconsciente, sabe como é?     E também por ser os últimos dias do ano, sendo hoje véspera de natal já faz parte a gente parar um pouco pra fazer uma espéc

trabalhos e trabalhos

Vi meu pai e ainda vejo minha mãe fazendo trabalho braçal pra pagar as contas. Muitos trabalhos, meu pai serviços de dedetização, sendo dono de bar, vigilante, minha mãe bordando, revendendo avon, fazendo lanches, ofício que cumpre até os dias atuais. Me pego pensando nisso dentro da sala que trabalho com o ar-condicionado em 16 graus, onde passo as manhãs e as tardes realizando consultas de enfermagem na maior parte do tempo sentada fazendo avaliações, orientações, escutas. Refleti sobre esses trabalhos também uma vez quando entrei no elevador do plantão e comentei com a moça dos serviços gerais que eu tava sentindo frio, ela rebateu que "tava era com muito calor". Penso nisso o tempo todo, como um dia desses que vi um homem de manhã carregando sozinho no ônibus duas caixas de morango pra vender ou quando o marido de uma gestante que atendo não consegue se livrar de uma lesão que deve ser causada por fungos que com certeza veio do trabalho dele na Ceasa. Trabalho é trabalho

A menosprezada e potente Atenção Básica

Por esses dias precisei acompanhar uma pessoa da minha equipe da USF (Unidade de Saúde da Família) em uma unidade de pronto-atendimento, a tal da UPA, fazia tempo que eu não entrava em uma e a experiência foi caótica, mas também me fez refletir bastante sobre os serviços de saúde, sobre o sucateamento crônico que o Sistema Único de Saúde (SUS) vive e sobre a saúde das pessoas.  Dei entrada com ela com as seguintes queixas principais: pressão arterial 180x90 mmHg, glicemia 309 mg/dl, dor torácica, dois episódios de síncopes (desmaios), no caminho fui conversando com o motorista de aplicativo que fez nosso socorro já que não tinha ambulância do SAMU disponível, 15 ocorrências já estavam na nossa frente, e fui dizendo para ele sobre a impotência de estar diante daquela situação e não ter as condições de fazer absolutamente nada, a conduta básica seria administrar insulina para corrigir a glicemia e um captopril 25mg para tentar estabilizar a pressão arterial e na nossa unidade não tinha n

Memórias da pandemia

Estamos vivendo como se a pandemia tivesse acabado. Tenho muito receio do relaxamento das medidas, desde que tudo começou as experiências dos outros países parece que não serviram de nada por aqui. Mas é inegável a sensação de alívio e felicidade em poder viver essa nova realidade, apesar da preocupação. Um dia desses uma moça me entrevistou para uma pesquisa de doutorado, algo sobre a "representação da pandemia para profissionais de saúde". Foram minutos de algumas perguntas que me fizeram imergir completamente nas memórias mais dolorosas que carrego comigo dos primeiros meses desse período tão triste, os mais impactantes acredito que para todo mundo. Eu não me recordo exatamente das perguntas, mas no final ela pediu para eu falar palavras que representavam se não me engano, algumas situações ligadas à pandemia, situações passadas, do presente e do futuro, lembro de responder "medo" e "dor". Dor não sei, mas medo tenho certeza que foi quase que geral. A d

A mãe solo

A maternidade é um vivência muito individual e particular, cada mulher de acordo com seu contexto financeiro, emocional, social poderá viver esse processo de uma forma. A maternidade é tida socialmente como uma questão (um problema) exclusiva da mulher, costumo falar em encontros feministas que os problemas privados das mulheres não podem ser privados, devem ser públicos e "coletivizados" por que as questões de uma mulher na verdade são as questões das mulheres e assim são porque foram condicionadas historicamente e estruturadas pelo machismo. Considero a maternidade em si solitária, só você é mãe daquela criança, e isso traz uma carga gigante de responsabilidade para a vida das mulheres de todas as ordens, a maioria são condicionadas socialmente, mas nem todas, porque estou falando de um laço de amor e afeto eterno na vida de uma pessoa, e quando planejada ou desejada é realmente de uma indizível emoção. A maternidade é uma experiência maravilhosamente incrível, mas também p