Quando nós dois estamos longe a
saudade grita, dói, machuca de verdade porque o “querer” não tem fim. Quando
estamos perto me sinto feliz, em paz, quieta, completa, realizada. De longe te
juro amor eterno e faço mil declarações. De perto não juro muita coisa e ao
invés de dizer “eu te amo” te faço carinho enquanto você cai no sono e me deixa
sozinha assistindo filme. Quando alguma coisa me deixa triste ao teu lado,
ainda assim é do teu lado que quero ficar. Quando a gente tá sorrindo à toa das
besteiras que a gente fala, eu tenho certeza que a felicidade vem de graça. A
vida pode ser nada, quase nada, ou pode ser a vida! E são as pessoas, o amor
que nutrimos por elas que nos fazem entender que a vida é feita pra viver. Ela
é um papel em branco e nós temos o pincel, mas as tintas nas mais diversas
cores somos nós que temos que buscar, assim como, o desenho que vamos fazer pra
colorir o papel é uma escolha de cada um. Tem gente que colore a vida da gente
de alegria todos os dias e é essa gente que eu carrego dentro de mim, de longe
ou de perto.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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