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13 de março

As manifestações de junho de 2013 simbolizaram o início de uma acirrada disputa de projetos e ideias colocando em evidência os interesses de classe que movem a sociedade brasileira, elas anteciparam junto com a Copa do Mundo o debate da campanha presidencial. Dentre todas as candidaturas apresentadas, mais uma vez se deu a polarização entre dois projetos antagônicos representados de um lado pelos setores conservadores e as elites econômicas e do outro pelas camadas populares que ascenderam social e economicamente nos últimos anos. 

O resultado das eleições foi antecedido de muita mobilização de rua, de muito debate nas redes sociais e de muita ofensiva midiática a serviço da direita, não foi fácil, mas o projeto que dialoga com os anseios do povo trabalhador venceu nas urnas. A vitória eleitoral de Dilma não significou o término da disputa, ainda vivemos um ambiente político de embate desgastante e com lados muito bem definidos. Estamos no início do segundo mandato da presidência de Dilma e os rumos que o curso político vem tomando estão colocando em xeque todas as conquistas que foram iniciadas a partir do governo Lula, o cenário está desfavorável para aqueles que sonham com um país com menos preconceito, mais igualdade e mais justiça social. 

A todo o momento a imprensa brasileira, que também tem lado, reproduz os interesses da direita e da imparcialidade das notícias controlando dessa forma a opinião daqueles que muitas vezes tem a televisão e o rádio como única fonte de informações. Tenta de todas as formas veicular todos os escândalos de corrupção a um único partido como se a corrupção fosse uma prática isolada de uma organização e recente. E em um momento de grande ofensiva da direita e de ataques que ameaçam a nossa democracia e o grande patrimônio do povo brasileiro que é a Petrobrás, está dada a ordem que não podemos recuar nem por um instante e defender todas as conquistas acumuladas até agora como alternativa. 

Conquistamos em 2013 setenta e cinco por cento dos royalties do pré-sal pra educação, setor estratégico para garantir a soberania e desenvolvimento do povo e da sociedade, vamos avançar, mas pra isso a Petrobras deve estar a serviço daqueles que tem responsabilidade com esses avanços e não daqueles que a todo custo tentam denigrir e reproduzir a imagem que a Petrobras está sendo conduzida de maneira irresponsável e de mãos dadas com a corrupção escancarada, a corrupção existe em empresas públicas e privadas e a maior arma para combatê-la nada mais é que uma reforma política democrática que garanta o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, essa sim é nossa alternativa ao retrocesso que os setores conservadores querem nos impor, mas somente nas ruas iremos reafirmar que vivemos em uma democracia que precisa ser fortalecida pela reforma do sistema político e eleitoral e que o “impeachment” que a direita golpista tenta construir não vai acontecer. Por um Brasil de todos e todas, com mais oportunidades, menos desigualdades e menos injustiças sociais, a rua é o nosso lugar!

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