Quando todos os barulhos que me cercam calam por algum
instante, dentro de mim ouço gritos. Gritos de tudo que eu sou, gritos das
minhas saudades que não são poucas, gritos dos meus sonhos que são infinitos,
gritos daquilo que com o barulho de fora não ouço direito por dentro e ficam
sufocados, presos, esperando só um pouco de silêncio pra poder respirar. Acho
que a gente é aquilo que pensa quando tá sozinho, quando não tem ninguém
olhando, acho que a gente é aquele instante de solidão que faz a gente sentir
aquilo que a gente é, uma lembrança antiga, um rabisco no caderno da escola, um
encontro que ficou lá atrás, a vontade de fazer uma coisa diferente no outro
dia. A vida é tão engraçada e bonita, a gente é tanta coisa, bem que as pessoas
podiam ser mais humanas, bem que as pessoas podiam reconhecer nos olhos do
outro as tantas vidas que existem dentro de um só ser e assim se enxergar no
outro, todo mundo grita por dentro, todo mundo uma hora é solidão e os gritos
que vem de dentro podem ser diferentes, mas eles surgem da igualdade de ser
humano.
Li essa semana "a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades" e era tudo que eu precisava ler. Apesar de todas as contradições, decepções experenciadas, cansaço, todo mundo quer amar e ser amado e feliz. E parece que a ideia de ser "feliz pra sempre" com alguém é realmente boa e pode ser verdade. Faz sentido e dá mais sentido à vida. Não tô falando puramente do amor romântico, esse pra existir e resistir precisa mesmo de estar inserido em mil outros contextos favoráveis que nessa vida dura e cruel que a gente leva é idealização de gente que tá começando agora. Eu tô falando de encontrar alguém de verdade pra viver a vida real, que você olhe e tenha certeza (não que é o amor da sua vida, pode ser, a gente quer que seja, mas) que é uma pessoa que dá pra conviver saudavelmente porque consegue basicamente entender o que ela te diz, porque vocês concordam nas questões mais importantes da vida (o jeito de ver a vida) e porque vocês dois estão dispostos e dispo
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