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do amor clichê

Enquanto ainda estava extasiada com o sono da manhã, ensaiei uns versos bestas, clichês e cheios de amor ao som da tua respiração. Poderia ter um fundo musical pra deixar mais poético, mas te ouvir respirando no meu ouvido numa manhã silenciosa tem uma parcela grande de poesia, ensaiei escrever "é que teu toque e teu calor me protegem e saciam, eu não sei como o mundo lá fora está agora, mas aqui dentro dos teus braços não me falta mais nada".

Dormi novamente. Não consegui escrever mais no meu bloco de notas mental, debaixo do chuveiro, sem versos, sem poesia de respiração e só com lembranças da memória recente, te amei muito. Amei quando te escuto cantando no chuveiro de manhã, amei tua cara de sono e preguiça e reclamação ao acordar, amei tua risada, amei a reciprocidade do amor da gente, amei a tua paciência diária em fazer os dias darem certo, amei teu beijo, teu abraço, teu toque, teus sonhos, tua coragem, teu jeito bonito de ver o mundo. 

Te amei tanto e soube o que era felicidade quando olhei e te encontrei bem ali do meu lado. Eu não sei o que o mundo lá fora guarda pra gente, sei que as vezes dá medo e frio na barriga, sabe quando a gente tira as rodinhas da bicicleta e reza pra não cair? Tirei as rodinhas da gente e vou com medo mesmo. E sigo te escolhendo todos os dias, enquanto as nossas manhãs durarem.



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