O nego chegou de manhã me beijando com gosto de cachaça, dizendo que me ama, enchendo a mão de peito. Depois acordei com a menina dos meus olhos chorando e sorrindo, me pedindo o colo que é só dela. Meu velho depois me ligou falando com voz alegre que conseguiu a aposentadoria e que a vida ia melhorar. No caminho do trabalho uma senhora desconhecida me fez renovar a esperança na bondade das pessoas aleatórias, mas no final do dia o avô do nego (quase pai) se despediu da nega veia, das filhas, dos netos, dessa breve vida depois de muita dor, ele sabia que viver era bom e não queria ir, mas quando a hora da partida chega, a gente só tem que ir. Fechei os olhos e agradeci ao nego, a minha menina, ao meu velho, a senhora desconhecida, ao avô por me fazer sentir a vida. Porque o que vale na vida é a mão no peito, minha menina no colo, meu velho feliz, a fé na bondade das pessoas, a certeza que a vida finda mas que a gente ainda tá aqui.
Li essa semana "a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades" e era tudo que eu precisava ler. Apesar de todas as contradições, decepções experenciadas, cansaço, todo mundo quer amar e ser amado e feliz. E parece que a ideia de ser "feliz pra sempre" com alguém é realmente boa e pode ser verdade. Faz sentido e dá mais sentido à vida. Não tô falando puramente do amor romântico, esse pra existir e resistir precisa mesmo de estar inserido em mil outros contextos favoráveis que nessa vida dura e cruel que a gente leva é idealização de gente que tá começando agora. Eu tô falando de encontrar alguém de verdade pra viver a vida real, que você olhe e tenha certeza (não que é o amor da sua vida, pode ser, a gente quer que seja, mas) que é uma pessoa que dá pra conviver saudavelmente porque consegue basicamente entender o que ela te diz, porque vocês concordam nas questões mais importantes da vida (o jeito de ver a vida) e porque vocês dois estão dispostos e dispo
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