Pular para o conteúdo principal

Quem é Visconde no Sítio do Picapau Amarelo?


Um dia desses tava passando na TV o Sítio do Picapau Amarelo em desenho animado, e daí vi a cena de Emília dizendo a Tia Nastácia que o Visconde não fazia nada, e a senhora cozinheira responde que ele estuda muito e então Emília reclama: “-pra que saber de tanta coisa se ele não faz nada com o que ele sabe?” Isso me fez pensar muito, fiquei tentando lembrar o que o Visconde fazia com o que ele aprendia! E assim como Emília eu fiquei indignada com o Sabugo de Milho, fui olhar na internet e lembrei que ele cria máquinas e o “Pó de Pirlimpimpim”, tinha esquecido disso. Era pura implicância da boneca de pano! Os saberes dele eram reproduzidos para todos do sítio. E além disso, li, apesar de não lembrar dessa parte, que Pedrinho sempre escolhia ele para as aventuras mais perigosas porque se acontecesse qualquer coisa Tia Nastácia fazia outro ainda melhor.
Eu, com minha imaginação fértil de criança e ousada, tento resgatar na minha memória e identificar diariamente quantas EmíliasViscondes e Tias Nastácias existem por aí. É mais ou menos assim, Visconde é o personagem que tem um poder intelectual sensacional e faz do conhecimento a maior ferramenta para transformar o seu mundo; Emília manda no Sabugo, ele tem medo dela e ela vive desvalorizando o pobre do Visconde; Tia Nastácia não deixa o Senhor Sabugosa morrer, quer dizer, ele é sempre renovado quando precisa e a cada vez que ele renasce sua inteligência se mantém.
Percebem? Já conheci tantos Viscondes, pessoas que estudam muito, ou não e tem uma inteligência incrível, elas pensam, raciocinam, criam, organizam, planejam, entendem os caminhos que devem ser seguidos para coordenar e executar as tarefas e ações propostas e não são egoístas, propagam conhecimentos, são verdadeiros gênios! Em contrapartida, existem também Emílias, que xingam gratuitamente e ignoram o valor que um Visconde tem na sociedade que vivemos, mas para nossa alegria, as Tias Nastácias também estão por perto, elas sempre sabem como encontrar novos Viscondes. 
Sejamos Visconde de Sabugosa!
Estudar, entender, criar e propagar o conhecimento para os amigos, a família e todo o povo, do que adianta como disse Emília no desenho "saber tanto e não fazer nada com o que sabe"? Esmaguemos as Emílias com muita abnegação e combatividade, vamos mostrar pra elas o quanto os Viscondes sabem construir. E jamais esqueçamos as Tias Nastácias, elas são aquelas pessoas que te fazem renascer todos os dias e não te deixar perder a esperança incansavelmente! Vamos lá militância da JUVENTUDE DO ARAGUAIA pautar no nosso 16º Congresso o BRASIL DOS NOSSOS SONHOS, nas redes e nas ruas. Vamos mostrar para as Emílias que atiram pedra na nossa gloriosa juventude que a nossa luta é real e saiamos de lá verdadeiros Viscondes de Sabugosa!


Melka Pinto - União da Juventude Socialista

"me atiraram aos lobos e eu voltei liderando a matilha"

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

a vida finda

Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo.  Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de  forma relativamente breve, com alguma angústia

A mãe solo

A maternidade é um vivência muito individual e particular, cada mulher de acordo com seu contexto financeiro, emocional, social poderá viver esse processo de uma forma. A maternidade é tida socialmente como uma questão (um problema) exclusiva da mulher, costumo falar em encontros feministas que os problemas privados das mulheres não podem ser privados, devem ser públicos e "coletivizados" por que as questões de uma mulher na verdade são as questões das mulheres e assim são porque foram condicionadas historicamente e estruturadas pelo machismo. Considero a maternidade em si solitária, só você é mãe daquela criança, e isso traz uma carga gigante de responsabilidade para a vida das mulheres de todas as ordens, a maioria são condicionadas socialmente, mas nem todas, porque estou falando de um laço de amor e afeto eterno na vida de uma pessoa, e quando planejada ou desejada é realmente de uma indizível emoção. A maternidade é uma experiência maravilhosamente incrível, mas também p

trabalhos e trabalhos

Vi meu pai e ainda vejo minha mãe fazendo trabalho braçal pra pagar as contas. Muitos trabalhos, meu pai serviços de dedetização, sendo dono de bar, vigilante, minha mãe bordando, revendendo avon, fazendo lanches, ofício que cumpre até os dias atuais. Me pego pensando nisso dentro da sala que trabalho com o ar-condicionado em 16 graus, onde passo as manhãs e as tardes realizando consultas de enfermagem na maior parte do tempo sentada fazendo avaliações, orientações, escutas. Refleti sobre esses trabalhos também uma vez quando entrei no elevador do plantão e comentei com a moça dos serviços gerais que eu tava sentindo frio, ela rebateu que "tava era com muito calor". Penso nisso o tempo todo, como um dia desses que vi um homem de manhã carregando sozinho no ônibus duas caixas de morango pra vender ou quando o marido de uma gestante que atendo não consegue se livrar de uma lesão que deve ser causada por fungos que com certeza veio do trabalho dele na Ceasa. Trabalho é trabalho