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Mostrando postagens de novembro, 2015

parafraseando o bicho de bandeira

Vi ontem um bicho na imundície do pátio, catando comida entre os detritos, quando encontrava alguma coisa não cheirava e nem examinava, engolia com voracidade. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato, o bicho meu deus era um colega do tempo de escola e somente porque que já o conheci que parei pra refletir como é que ele tinha chegado lá.

mujica e as coisas óbvias

Eu que sou brasileira e pernambucana, poderia dedicar minha atenção pra falar do melhor presidente que esse país já teve, o Lula, mas esse deixo pra uma próxima inspiração, já faz tempo que não só me inspiro mas suspiro por um outro líder latino americano, o José Mujica, conhecido como Pepe Mujica, agricultor de ofício e ex-presidente do Uruguai. Mujica virou referência no mundo inteiro pela sua simplicidade e forma de lidar com as questões concretas da sociedade , em seu mandato no Uruguai foi aprovado a descriminalização do aborto, o matrimônio igualitário e a legalização da maconha.  Como ele diz "é preciso ver as coisas como são" e assim ele o faz, no Brasil nós tratamos as realidades com invisibilidade, poeticamente posso trocar a "invisibilidade" pela palavra "insensibilidade". Repara nos argumentos de Mujica, ele simplesmente sabe que as mulheres abortam, que pessoas do mesmo sexo tem relacionamentos, que as pessoas fumam maconha, sabe das impl

quando a saudade aperta

É que às vezes bate uma saudade danada de casa, às vezes eu quase morro de vontade de correr pro lugar que me chamam de "roberta", "beta" ou "betinha", às vezes é tão difícil estar longe, o coração fica apertado e bem pequenininho. É que onde me chamam de "roberta" é um aperreio só, "beta, vem cá, beta, num sei o que" a toda hora e a todo instante pra falar qualquer besteira e isso só tem lá. É que eu gosto mesmo é daquela cama, daquele canto, de ficar fazendo nada bem ali, de sentir aquelas sensações de tranquilidade, paz, segurança. Por aqui eu tenho que ser adulta, lá eu sou "betinha", adulta eu me defendo, "betinha", eles me protegem. Aqui é agenda cheia e intensa, de repente, um vazio, lá é maresia e não falta nada. Lá tem um tal de painho, mainha e ville e tem até um toff que me fazem ter certeza que eu sou mesmo de lá. Tô com saudade.

MANIFESTO POR UM PUNHADO DE SONHOS

“Amar mulheres, várias. Amar cidades, só uma - Recife. E assim mesmo com as suas pontes, e os seus rios que cantam, e seus jardins leves como sonâmbulos e suas esquinas que desdobram os sonhos de Nassau.”   Somos jovens que lutam por um mundo melhor todos os dias. Jovens há mais ou menos tempo. A nossa juventude é daquelas empolgada e renovada anualmente pelo batuque de cada carnaval que fervemos nas nossas terras recifenses. Temos a esperança e o sorriso estampado no rosto de cada recifense que batalha debaixo desse sol em busca de dias melhores. Somos daqueles e daquelas que enfrenta todas as suas dificuldades de peito aberto, e que faz desta terra uma das mais receptivas do país. Somos os e as que querem ver nascer um Recife novo e transformado. É no Recife que vive a juventude que está entre as que mais morrem devido à violência no Brasil. Este é apenas o reflexo mais agudo da falta de políticas públicas de inclusão juvenil em todas as esferas: trabalho, saúde, e

sobre a FOME que ninguém vê

Eu nunca senti fome. Não é a fome que a gente tem vontade de comer quando o relógio marca meio-dia, não é a fome de passar um dia inteiro sem comer por qualquer motivo. Eu nunca senti a fome que tirasse minha dignidade. É essa fome que quero denunciar. A fome que humilha, castiga e maltrata. Fui provocada a pensar sobre em uma dessas conversas da pré-candidatura, perguntei que problemas seriam prioridade no Recife e o amigo respondeu sem pestanejar: a fome!   A maioria das pessoas fala trânsito, educação, segurança e então pela primeira vez alguém citou um problema mais humano que todos esses juntos, alimento é o combustível que nos dá a vida, quem não tem o que comer vive como? Vive morrendo? Vive pela metade? Finge que vive? Não sei, a gente nem vê. Que bom que pude ver pelo menos um pouco pelos olhos do amigo da conversa.   Me veio tanta coisa na cabeça, mas a princípio doeu, a fome deve doer mesmo, lembrei de um artigo que um camarada escreveu e queria compartilhar aqui co

equilíbrio

Eu gosto de liberdade, eu amo o que a liberdade de ser o que no meu entendimento é ser livre proporciona, eu sou minha liberdade. Minha liberdade é meio eufórica e tem cara de menina sapeca, minha liberdade é respondona e arengueira, minha liberdade é sorridente e invocada, não sei, ela é tão livre que ela faz o que ela quer na hora que ela bem entender e mal entender também.   A vida corrida e cheia de surpresa que me leva (não, não sou eu quem levo ela) exige que eu seja assim mesmo e gosto, mas preciso confessar que a correria, que relativamente ao período passado (movimento estudantil), está mais amena vem me pedindo pra lembrar o que um homem que conheci quando fui transferir meu título de eleitora me falou.   Ele que percebeu a coincidência entre os dias em que nascemos, 03 de abril, não hesitou em me dizer sem ao menos me conhecer que os arianos são verdadeiras bombas atômicas, que devemos ter cuidado pra não desprender muita energia no que não seja proveitoso e que dev

ao amor que não vivo

É que apesar de acreditar que nossas lembranças são apenas refúgios da minha alma, você provoca sensações em mim que são reais e permanentes. É que apesar de não viver esse amor, ele vive em mim. É que a qualquer sinal teu todo sentimento é renovado de dentro pra fora, me permito reviver momentos através da minha memória afetiva, então nossas músicas voltam a fazer algum sentido e o meu sorriso por instantes tem a cara da nossa felicidade clandestina. É que mesmo eu me sentindo uma idiota por ainda sentir tudo isso, eu preciso escrever pra botar pra fora, amor de muito não se acaba fácil assim.