“Amar mulheres, várias.
Amar cidades, só uma - Recife.
E assim mesmo com as suas pontes,
e os seus rios que cantam,
e seus jardins leves como sonâmbulos
e suas esquinas que desdobram os sonhos de Nassau.”
Somos jovens que lutam por um
mundo melhor todos os dias. Jovens há mais ou menos tempo. A nossa juventude é
daquelas empolgada e renovada anualmente pelo batuque de cada carnaval que
fervemos nas nossas terras recifenses. Temos a esperança e o sorriso estampado
no rosto de cada recifense que batalha debaixo desse sol em busca de dias
melhores. Somos daqueles e daquelas que enfrenta todas as suas dificuldades de
peito aberto, e que faz desta terra uma das mais receptivas do país. Somos os e
as que querem ver nascer um Recife novo e transformado.
É no Recife que vive a juventude
que está entre as que mais morrem devido à violência no Brasil. Este é apenas o
reflexo mais agudo da falta de políticas públicas de inclusão juvenil em todas
as esferas: trabalho, saúde, educação, etc. O acesso ao primeiro emprego se dá
de forma precária, com baixa qualidade e quase sempre, não correspondem aos
anseios de um crescimento profissional e de carreira. A seletividade da
abordagem policial infelizmente também é uma das marcas da vida – e da morte –
da juventude em nossa cidade. Acontece que cuidar da juventude recifense não é
importante apenas como fim em si mesmo, mas principalmente pela característica
de futuro que oferecem as novas gerações. Para construir um Recife melhor, precisamos
investir no futuro do Recife.
Infelizmente, na TV o que eles falam sobre o jovem não é
sério, e hoje no Brasil existe um atentado contra os direitos da juventude,
na contramão do futuro. O que hoje é pautado no congresso nacional é a redução
da maioridade penal e encarcerar quem na verdade é vítima da violência.
A educação, apesar dos últimos
avanços, como o ProUni Recife e o Passe-Livre, ainda não são o bastante para o
acesso dos nossos jovens e essas ações ainda não garantem um ensino de qualidade
em nossa cidade. Aqui estão localizadas algumas das melhores universidades do
país, mas estas não encontram arcabouço completo ao seu redor para que haja
aproveitamento pleno do conhecimento oferecido. Este, ainda se encontra
elitizado e distante da realidade das periferias recifenses.
A lógica urbana do Recife sempre
foi guiada pela concentração do capital. A história da nossa Veneza é marcada
pela relação social e financeira em sua construção na época colonial, nas
revoltas e também no erguimento do Recife “verticalizado” e de distribuição
demográfica desorganizada. Desde sempre, e agora com muito mais agudeza
tem-se um Recife que não para, o Recife só cresce, o de cima sobe
e o de baixo desce. A interferência do poder econômico na distribuição
urbana é autorizada principalmente pela sua ingerência na política. Empresários
que financiam campanhas, campanhas que viram mandatos, mandatos que
“beneficiam” empresas. Esse ciclo precisa ser quebrado.
Necessitamos que nosso transporte
público seja no mínimo respeitoso com nossa gente. Nós hoje assistimos
estudantes morrerem ao enfrentar o cotidiano nos ônibus em nossa cidade.
Queremos de fato um Plano Municipal de Transporte à altura dos desafios de toda
a população. Não podemos aceitar um transporte público que não seja gratuito, e
ainda seja de tão péssima qualidade.
Sonhamos com uma nova política.
Essa, enfadada pelos velhos hábitos e pelos sobrenomes repetidos não compactuam
com o mundo que queremos construir. Acreditamos que a boa política, a política
que tem bom coração e os pés no chão é a política que transforma a vida das
pessoas e contribui para que elas sejam mais felizes. Projetos coletivos de verdade podem fazer a
diferença, e pra sonhar esse punhado de sonhos que convidamos você a fazer
parte desse projeto para que ele se torne realidade.
UJS Recife
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