A maternidade chegou pra mim, não sei se por construção social, não sei se pelo tal instinto, só sei que sempre desejei, tanto que nem consigo acreditar ainda. E é engraçado, mas todas as mães que eu conheço me dizem a mesma coisa, que eu só vou acreditar quando a barriga crescer, quando ouvir os batimentos cardíacos ou quando ele mexer, que eu vou sentir o amor maior desse mundo e que vou descobrir a razão de existir e um motivo pra viver, parece até que amor de mãe é receita de bolo. Não deve ser igual pra todo mundo, mas na primeira noite que descobri a existência do bebê eu não dormi e fiquei por horas descobrindo um novo mundo, de repente eu lembrei que o bebê ia crescer dentro de mim, depois que ia precisar sair, depois que ia precisar de um nome, depois que ia precisar de um lugar pra dormir, se pra todo mundo isso é tão óbvio, pude redescobrir tudo isso em algumas horas, alguns dias depois em um supermercado, passei pela sessão de bebês e ao ver as roupinhas meu coração acelerou, de repente lembrei que ele vai precisar de roupinhas iguais aquelas, é tudo tão mágico e bonito. Meu corpo tá passando por uma revolução, meu corpo inteiro tá trabalhando pra cuidar de um brotinho, pra dar vida a um bebê que já emocionou família, amigos/as e conhecidos/as, isso é um milagre que eu ainda não consigo acreditar. Eu não sei se a receita de bolo tá certa, mas sei que se antes eu queria que o mundo fosse melhor, agora lutar faz mais sentido, me renovo na luta e no amor, renovo minha esperança nas pessoas e até em mim, chegue devagar, bebê.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
Lindo Melka!! É um momento muito mágico... Párabens ❤
ResponderExcluirAmiga, dá pra sentir a tua vibração e tua espontaneidade daqui. Vai dar certo, eu sei! Curte! Love the pqno/a
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