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Mostrando postagens de abril, 2020

você sabe meu nome?

você sabe a importância de saber o nome de alguém? de reconhecê-las e vocalizar seus respectivos nomes? claro que obviamente não estou me referindo as pessoas próximas de nós, colegas de trabalho, família e amigas, tô falando das pessoas que não são dessas relações. tô falando da moça da padaria, do garçom do restaurante que se vai com frequência, ou do ascensorista do elevador do trabalho, do cobrador do ônibus que pegamos religiosamente no mesmo horário, saber esses nomes importam muito, criam vínculos. tudo bem, nem todo mundo tem essa facilidade em memorizar rostos e nomes, mas acredito também que a iniciativa do interesse já faz muita diferença, como a pergunta "qual seu nome?" eu particularmente tenho uma memória que às vezes tenho até vergonha de tanto que me recordo das coisas, eu reconheço pessoas de 20 anos atrás no meio da rua e cumprimento as pessoas que, com lógica, não sabem quem tá falando. então lembrar o nome pra mim é uma coisa bem básica. sempre cu

os detalhes dos "os heróis da saúde"

Eu nasci para questionar, já entendi. Absolutamente tudo. Às vezes até demais, às vezes até o que nem é pra ser, virou um meio de vida, eu questiono porque desacredito de muitas coisas que estão postas, e já entendi que muitas pessoas naturalmente aceitam tudo, por diversos fatores, e por outros fatores, eu questiono. E me peguei questionando a mim mesma, será que é hora de não questionar os "detalhes", será que tudo que não seja morrer ou viver serão detalhes? Ou será que os detalhes são os que mais importam agora. Será que não são eles que nos mostram realmente quem somos, onde estamos, o que estamos fazendo.Tá muito vago de me compreender talvez. Vamos aos questionamentos. Usam tanta hashtag sobre "heróis da saúde", e juro que o detalhe da flexão de gênero me incomoda e juro que não é por falta de problemas para eu refletir, mas esse detalhe me importa, se a nossa língua fosse democrática e a flexão de gênero fosse determinada pela maioria que compõe o que s

o futuro depois da quarentena

Ninguém está bem, ninguém pode estar bem esses dias, mas precisamos ficar. Eu sempre odiei ir ao dentista, e me lembro que quando eu era pequena que tinha que sentar naquela cadeira que pra mim era assustadora, começava a pensar em sorvete, eu focava no sorvete e nada tirava ele dos meus pensamentos, era o meu mecanismo de fuga do incômodo de estar ali. Nesses dias caóticos que as notícias são as piores possíveis e as previsões de futuro são piores ainda, confesso que ainda não sei bem no que pensar pra fugir, mas tenho deixado de lado leituras, estudo, pequenas disposições em fazer uma comida básica ou assistir uma série legal, talvez seja a fuga que criei, paralisar e tentar não pensar em nada, ver as horas passarem na minha frente. Essa fuga não é legal. E acredito que não estou sozinha nesse modo de operar na quarentena. E como ninguém pensa em nada, penso que na verdade tenho pensado em muita coisa, de pensamentos não se foge. E tento pensar sempre no depois, já que o present

filhos ressignificam a vida

"filhos ressignificam a vida", eu não sei se fui eu quem criei essa frase, ou se já ouvi alguém falar ou escrever isso, talvez eu tenha visto na legenda de uma foto de uma pessoa sobre como uma criança próxima a ela ressignificava as coisas, acho que foi isso, mas eu nunca esqueci, até eu ter minha filha e entender o quanto os e as filhas ressignificam absolutamente tudo que existe para quem é mãe, pai, para quem os/as tem. antes da gente ser mãe o mundo é de um jeito, depois da chegada de um serzinho novo tão dependente de você, é como se o mundo abandonasse a roupagem e víssemos surgir uma nova conformação em nossa volta, várias coisas deixam de fazer sentido, já outras só sabem quem os tem, parafraseando vinícius. faz um pouco mais de três anos que loreta me apresentou um mundo mais bonito. andar de ônibus, seja da encruzilhada até santo amaro, seja de recife até itamaracá, não é tão pesado quando olho pelos olhos dela, pra ela ônibus é lugar de querer sentar sozi