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dos legados da pandemia

Desde que vejo a fome e o desemprego assolarem as pessoas ao meu redor, como na comunidade que trabalho, entendo que não se pode esperar apenas por políticas públicas dos governantes, desde que foi aprovada a Emenda Constitucional 95 em que limita os "gastos" com direitos, como saúde, educação e assistência social, entendo que as lideranças políticas desse país que aprovaram essa barbaridade, não se importam com a vida das pessoas. 

Entendo então que além de travar a luta política social para derrotar as forças que não representam as necessidades das pessoas, que deve ser fortalecida, nas ruas, quando podíamos estar nas ruas, nas redes, em todos os lugares, e na principal arena de luta, a consciência do povo, precisamos de mobilização em rede de apoio.

Acredito que já faz um tempo que todas as entidades dos movimentos sociais, partidos políticos e figuras públicas, deveriam assumir a trincheira da caridade, da solidariedade. As pessoas que tem "fome de tudo" não podem esperar por conscientização das massas para elegermos representantes que defendam as políticas públicas que a sociedade precisa. 

Agora, em tempos de pandemia, agora que está tão explicito todas as contradições sociais de quem está à margem dos direitos sociais enfrenta, agora que as políticas públicas se isentam de salvar o nosso povo, agora só resta o caminho da rede de apoio solidária. As pessoas hospitalizadas precisam ser salvas da morte, as pessoas que estão em casa sem renda, precisam ser salvas da vida. A maioria da população está perdida, desesperada e desamparada, não tem com quem contar. 

Precisam ser apoiadas com respeito e humanidade. A consciência política do povo jamais será alcançada de forma espontânea, mas quando pudermos respirar nesse caos instaurado que estamos vivendo, espera-se que ao menos, todo o povo tenha memória, e com a memória do sofrimento em que estamos submetidos possamos fazer entender que pobreza, miséria, humilhação e falta de esperança será sempre uma questão sobretudo política. 

E espera-se então que a consciência política seja uma das consequências, um dos legados da pandemia quem sabe. 

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