Pular para o conteúdo principal

redes sociais, lado b

Estudando alguns meses pra um concurso, vi que todos os textos usados nas provas de português só falam sobre como andam as nossas relações, sim, as nossas, inclusive minha e sua que está lendo isso aqui. Na verdade fala de mais algumas coisas também que se relacionam de alguma forma, como as exigências que a gente enfrenta diariamente pra alcançar e ser sei lá o que, como a saúde mental das pessoas. Se misturar tudo, dá um bolo só. Os textos estão falando sobre isso, porque são os problemas que mais nos assolam e nos engolem. Eu gostaria de falar de tudo isso, e se tiver tempo para poesia e a escrita, me dedico depois a refletir sobre com vocês, mas queria redigir agora algumas linhas sobre as redes sociais digitais especificamente. 

Por duas vezes decidi me desconectar do instagram, facebook e da última vez, exclui meu whatsapp também. Eu queria compartilhar o sentimento de liberdade que dá. Eu pelo menos dedico sempre, quando estou inserida nas redes, alguma energia importante, gosto de gerar algum conteúdo sobre as questões que defendo enquanto militante, interajo com muita gente querida, participo de grupos de amigos, família, trabalho e isso exige tempo, energia mental, e eu só me dou conta disso quando me desprendo, de como fico mais leve, produtiva e não deixo de estar disponível, basta que me procurem através de uma simples ligação telefônica.

As pessoas dão muita vida as redes sociais digitais, acaba que elas se tornam uma extensão da gente, nossas contas no facebook e instagram representam quem você é, pelo menos essa é a ideia que as pessoas fazem disso e isso deixa algum peso de alguma forma, onde talvez há quem queira usar apenas pra entretenimento, mas vira conta profissional, canal de militância política, de aproximação dos afetos, fora que muita gente deixa de viver a vida real em detrimento da vida digital, quantas mesas de bar podemos observar todo mundo vidrado na tela do celular e quase não conversam entre si? (talvez seja mais um legado da pandemia) há controvérsias, feitas inclusive por mim aqui, mas não podemos negar a importância da inserção nas redes na vida de cada uma das pessoas.

E minha opinião é que embora seja importante, se desligar de tudo isso, mesmo que às vezes ou por curtos períodos ajuda a preservar a nossa saúde mental, a descansar um pouco, principalmente do whatsapp, porque é o canal de comunicação instantâneo e que gera uma expectativa nas pessoas de imediatismo. Mandam mensagem, esperam que você responda imediatamente, mas não querem que você ligue pra resolver, seja uma questão irrelevante, seja algo muito importante, porque as pessoas não se ligam mais, e ainda tem a questão da forma escrita, que abre diversas interpretações de entonação, então pra questões delicadas sempre exige algum cuidado ao mandar mensagem de texto por lá, como falei, muita energia mental, cansa muito.

Foi engraçado estar sem ele por uns meses, as pessoas não sabem mais fazer uma simples ligação, me perguntaram "e como vou falar contigo?". Pois é, desaprendemos a nos telefonar, mas sempre estive disponível caso me ligassem e foi prazeroso receber ligações de amigas e passar mais de 40 minutos seguido falando besteira, ou resolver algum problema de trabalho com mais agilidade, porque o que você resolve numa ligação em 2 minutos, em troca de mensagens leva muito mais tempo, cansa mais.

Eu trabalhei com uma pessoa que não tem celular, e achava sensacional tamanho desapego, só que refleti também que não deixa de ser um privilégio poder abrir mão de um celular, contas no instagram, facebook e whatsapp, nem todo mundo pode, mas acredito que se a gente souber dosar essas disponibilidades e usar de forma oportuna, como reaprender a fazer ligações pra questões importantes, vamos poupar cansaço físico, mental, desgastes pessoais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades"

Li essa semana "a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades" e era tudo que eu precisava ler. Apesar de todas as contradições, decepções experenciadas, cansaço, todo mundo quer amar e ser amado e feliz. E parece que a ideia de ser "feliz pra sempre" com alguém é realmente boa e pode ser verdade. Faz sentido e dá mais sentido à vida. Não tô falando puramente do amor romântico, esse pra existir e resistir precisa mesmo de estar inserido em mil outros contextos favoráveis que nessa vida dura e cruel que a gente leva é idealização de gente que tá começando agora.  Eu tô falando de encontrar alguém de verdade pra viver a vida real, que você olhe e tenha certeza (não que é o amor da sua vida, pode ser, a gente quer que seja, mas) que é uma pessoa que dá pra conviver saudavelmente porque consegue basicamente entender o que ela te diz, porque vocês concordam nas questões mais importantes da vida (o jeito de ver a vida) e porque vocês dois estão dispostos e dispo

24 de fevereiro.

Ele é a trilha sonora que eu quero sempre ouvir. O "caso raro" achado. O cheiro bom que gruda na pele. O caos instaurado. A tranquilidade de uma manhã de domingo. A voz mansa que me atiça. O toque que dá choque. A energia que transcende. A playlist de filmes nacionais. Uma conversa sobre qualquer assunto. O sorriso mais bonito. A risada que encabula. O pisciano sonhador. O brasileiro do brasil. A promessa de verdade. O encontro feliz.

uma crônica para piolho

Se Miró ainda tivesse vivo, adoraria encontrá-lo para dizer que é verdade que "janela é danada pra botar a gente pra pensar", mas que tem outra coisa que faz a gente pensar demasiadamente sobre tudo: a danada da morte. Hoje completa 10 anos que Eduardo Campos morreu de forma trágica, um homem público, defensor dos direitos do povo, bom gestor e bom político, sua memória resgata em nós o legado deixado, João Campos por exemplo é o seu legado vivo e em ação. O povo pernambucano nunca irá esquecê-lo, nunca vamos esquecer de 13 de agosto de 2014 quando a notícia ruim correu o Brasil como rastro de pólvora e nos enlutou imediata e profundamente. Grande perda, comemoremos sempre sua vida e seu legado.  E hoje também tomei conhecimento da morte de outra pessoa por quem nutria algum ou muito afeto, "Piolho", um dos flanelinhas aqui da minha rua. Estou profundamente triste. Isso não aconteceu hoje, parece que já faz semanas e me perguntei "como ninguém me falou sobre is