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ao estranho que mora sozinho.

Eu nunca vou conseguir me entender, eu acho que nunca vou saber se tô apaixonada de verdade ou se não é nada demais. Até um dia desses eu tava com saudade, pensando, imaginando como seria te reencontrar, lembrando do gosto de café e cigarro da tua boca e um dia desses eu te encontrei de novo. 

Enquanto estive com você só faltei morrer de tédio não via a hora de ir embora, devo confessar que apesar do tédio torturante eu me sentia bem, acho que era minha vaidade que me mantinha bem ali (não precisa entender essa parte). Diferente de outras tantas vezes, saí de lá sem a menor vontade de voltar, sem vontade de ligar, de mandar mensagem. Esse meu desapego ainda vai me matar. 

Não sei o que houve, acho que o tempo que passou serviu pra me mostrar que tua ausência não faz a menor diferença na minha vida e que migalhas por migalhas eu prefiro migalhas com menos vaidade, mais sentimento sincero, mais carinho, não é difícil conseguir por aí, o mundo é muito grande. 

Tão estranho e tão sozinho, é assim que eu vejo você, somente. Ter saído de lá sem a menor vontade de voltar como já disse me fez tirar um peso das costas, enfim, ME LIVREI! 

Te ver não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa ♫ ♪

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