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Mostrando postagens de julho, 2012

minha infância querida

Brincar de balanço e aprender a andar de bicicleta são duas coisas que eu não lembrava que existiam, pensei que todos os balanços agora eram de ferro e que as crianças já nasciam sabendo andar de bicicleta. Mas felizmente eu tava enganada, ainda a pouco encontrei um balanço de madeira e corda, amarrado a um cajueiro e descobri que minha afilhada não sabe andar de bicicleta. É muita felicidade pra um dia só, esses temperos da infância deixam o sabor pro resto da vida e são essenciais. As crianças não brincam mais de balanço e de bicicleta. Nada mais gostoso que o frio que dá na barriga quando o balanço vai mais alto, o medo de cair, a tontura de rodar a corda enrolando e desenrolando, sabe como é? E a satisfação em estar aprendendo a andar de bicicleta então, primeiro com duas rodinhas, depois de um lado só e depois sem nada. A gente olha pra frente e sai andando e quando percebe, não tem ninguém segurando pela cela, independência! Pois é meus amigos, tenho "saudade da minha i

Um coração e mil angústias

Depois de uma semana intensa de atividades do movimento estudantil e da UJS, com algumas notícias desagradáveis e de pouca conversa com meus pais, chego a sexta-feira com um vazio no peito, um sentimento de que tudo que eu tô fazendo é em vão e essa distância dos meus pais tenta me convencer disso. Algumas pessoas quando me perguntam se estou bem, elas mesmas respondem "pelo que vejo no seu 'face' ou no blog, você tá bem" e a estes quero expor o mal estar que encontro-me num momento de dúvidas. É pouco coração pra tanta angústia. Hoje, fui perguntada sobre minha idade, eu pensei um pouco e respondi: 19. Eu errei, na verdade, tenho mais de 20 anos. Talvez seja normal se enganar com a idade de vez em quando, afinal, ela muda de 12 em 12 meses não é mesmo? Mas gosto de dramas e acho que literalmente ando esquecendo de mim. Eu queria resolver todos os problemas do mundo, mas eu não consigo. Isso me faz sofrer muito. Acho que o pior egoísta é o que acha que está sendo o

Ah, o ciúme!

Tem coisa que deixa alguém mais doido em um relacionamento do que ciúme? Eu acho que não. Definitivamente, faz muito mal pro coração. Não tenho uma velha opinião formada sobre tal, pelo contrário. Quer dizer, na teoria eu tenho uma opinião muito firme e admirável pelos que pregam o "amor livre", mas na prática, acabo me traindo. Nos concentremos então na minha teoria! Minha teoria é simples: SEM CIÚME MEU BEM, NINGUÉM É DE NINGUÉM! Talvez você ache graça, mas não foi fácil aderir esse pensamento pra teoria da minha vida. Pra chegar a essa opinião fui influenciada pela opinião de outros amigos, por observações minhas e pelo espiritismo. Sim, pelo espiritismo, principalmente por ele. Se você nunca ouviu falar nada sobre a doutrina espírita e o que acreditamos, talvez você discorde muito do que eu penso. Pra não confundir, vou começar explicando minha teoria do ciúmes da humanidade pelo espiritismo. Nós acreditamos que cada pessoa que passa em nossa vida tem uma contribu

Política só tem ladrão? Desconstrua esse conceito!

Já foi dada a largada! Estamos no ano das eleições municipais e os candidatos já iniciaram no período de campanha. E ando um pouco indignada com alguns comentários e imagens no facebook, onde tô vendo a maioria das pessoas falando mau de políticos de forma generalizada, e o pior, de política! Eu  que tô tão apaixonada e comprometida com ela  fico pensando, QUE ABSURDO.  E talvez você esteja pensando que eu devia estar indignada com a política e os políticos, ainda não.  Lembro quando Lula foi eleito da primeira vez, que alguém disse, "é tudo igual, ninguém faz nada" e outra pessoa defendeu "você sabe se nos pensamentos dele, ele não tem vontade de fazer as coisas?" Eu acredito e sempre acreditei primeiramente antes de ter qualquer formação política, nos bem intencionados! E depois de ouvir um dirigente meu falar da influência da mídia na opinião das pessoas eu acho que consigo melhorar minhas explicações pra justificar o porquê das pessoas fazerem tão mau juízo da

Onde as pessoas encontram a felicidade?

Estou parada na integração de Igarassu numa manhã de domingo esperando um ônibus que vai me levar a meu destino final, olho ao meu redor e observo algumas pessoas e consigo deduzir para onde elas estão indo ou o que vão fazer. Algumas com aquelas bacias cheias de frutas vindas de Itamaracá, outras com baldes cheios de ostra e muitas mulheres, jovens e senhoras, às vezes acompanhada de crianças em direção a fila de Itamaracá.  Acredito que as pessoas que carregam os baldes e bacias estão indo negociar seus produtos e as mulheres que estão indo para Itamaracá, estão a caminho dos presídios visitar seus homens, filhos ou marido. Em um outro dia, agora de semana, me encontro observando as pessoas dentro do ônibus mais uma vez. Agora o que vejo são muitos homens e mulheres, já é noite, eles estão com expressão de cansaço de um dia inteiro de trabalho e agora retornam pra casa. Eu gosto de ver além do que está na minha frente, gosto de imaginar, formular, e eu vejo algo em comum nessas pe

Alguns rituais de despedida

Por esses dias vai fazer um ano que me divido entre duas casas, minha casa em Itamaracá e a casa de Vovó em Olinda, que de Vovó só tem as lembranças, mês passado fez um ano que ela faleceu e antes delas nos deixar a maior preocupação dos seus dias era a condição de deixar a sobrinha dela morando sozinha, a qual dividiam a casa há quase a vida toda e nutriam uma amor de tia e sobrinha peculiar, envolvia também gratidão, companheirismo, várias vidas!  Eu sofria com as lamentações da minha Vó e prometi a mim mesma que não deixaria minha tia só enquanto eu pudesse. E é o que tento fazer, eu nunca expus esse meu sentimento pros meus pais e às vezes dói o fato deles acharem que eu quero me manter distante, se bem que na correria que a minha vida está, acabo me tornando ausente nas duas casas, angústia que aos poucos vou aprendendo a conviver. Porém, nunca abandono alguns rituais de despedida que faço quando saio de Itamaracá, antes era todos os dias quando ia pra Recife e agora, quase t

O poder que o saber traz!

Às vezes fico reparando como as pessoas se tornam vulneráveis por saberem menos que outros. E como as pessoas julgam e classificam os que "sabem mais" dos que "sabem menos" em graus de importância. Certa vez estive aplicando provas de concurso da prefeitura do Recife, pela manhã a prova exigia apenas ensino fundamental, se não me falha a memória, e a tarde, ensino superior. E aí, lembro que as colegas aplicadoras das provas, com mais experiência que eu diziam: -a tarde é ruim, são os que têm ensino superior, tudo eles perguntam, dizem que a gente tá fazendo errado.  Ou seja, as pessoas classificam os que "sabem", que tem conhecimento científico, como pessoas "ruins", porque são pessoas que questionam, pessoas que não permitem simplesmente as imposições! Então, lembro também de um camarada que conheci há alguns meses, ele mora em Maputo, província de Moçambique, país que conquistou sua independência há menos de 30 anos, e esse camarada me falou