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Dos amores

Queria falar do que eu considero como verdades, mas tenho medo de generalizar e não pegar bem, falo de mim então. De mim, sei quase tudo, ou penso que sei, vamos aos amores da minha vida. Olho, gosto, conquisto muitas vezes, sou boa nisso, ou penso que sou, me apaixono, geralmente vivo apaixonada, vivo de apaixonites que inspiram meus dias, não me lembro quando comecei com esse vício, porque de fato, apaixonar-se é viciante. Mas são pouquíssimos os que já conseguiram tocar meu coração com amor de verdade. O resto é vontade, querer-bem, carência, são coisas boas também, mas que dão e depois, daqui a pouco passam e o que passa muito fácil pode ser esquecido muito fácil também.

Eu só sei diagnosticar como "apaixonite" e um "amor" de fato, depois de algum tempo. Minhas apaixonites duram cerca de dois a três meses, pode ser mais, eu gosto e preciso delas, são os caras que eu converso, me dou bem, rola carinho, amizade, tesão, mas apenas isso "amizades-apaixonadas" e que se me magoarem por algum motivo, algum abuso, eu descarto como se nada tivesse acontecido, página virada, bola pra frente, eu sou um pouco ruim. Existem também as paixonites crônicas, essas são as amizades-apaixonadas que carrego no coração, na vida, nas mensagens do celular até quando eu puder, elas só me fazem bem na maioria do tempo.

E por último e não menos importante, há aqueles que chegam de repente, enchem meu coração de alegria, tristeza, raiva ("Declarar-se amando é colocar-se a sombra da infelicidade"), esperança, vontade, desejo e quando vão embora deixam uma cicatriz enorme. Tão grande que se mexer algum tempo depois, corre o risco de sangrar e causam um sofrimento grande e torturante. Eles são atemporais. Eu amo e vou amar pra sempre, dentro de mim, escondido talvez e nunca vou esquecer, tenho certeza! Conto nos dedos de uma mão os que eu amei, amei menina, amei adolescente, amei mulher, sempre fui uma mistura de tudo desde criança. 

Mas devo confessar uma coisa. No início de toda apaixonite, apaixonite crônica ou amor, eu me imagino namorando, casando, tendo filhos, viajando. Mulher é uma merda mesmo (desculpe, as tais generalizações), digo, eu sou uma merda mesmo!


Ela disse adeus, e chorou
Já sem nenhum sinal de amor
Ela se vestiu, e se olhou
Sem luxo mas se perfumou
Lágrimas por ninguém
Só porque, é triste o fim
Outro amor se acabou

Ele quis lhe pedir pra ficar
De nada ia adiantar
Quis lhe prometer melhorar
E quem iria acreditar
Ela não precisa mais de você
Sempre o último a saber ♪♫


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