Universidade de Pernambuco, vulgo UPE! Quando eu passei no vestibular não sabia o que estava por vir, imaginava chegar na faculdade, assistir aulas chatas, aulas legais, voltar pra casa, fazer monitoria, ir pra vários congressos, qualificar minha formação, tudo do jeito mais individualista possível. Mas em pouco tempo tudo mudou, conheci o movimento estudantil e eu posso dizer com muita alegria uma verdade muito verdadeira, o movimento estudantil me fez conhecer como poucos a UPE, suas fragilidades, seus problemas, seu potencial e isso me fez amá-la com todas as minhas forças. Sim, eu amo muito a UPE. Acho que poucos estudantes se sentem tão UPE como eu me sinto, a maioria das pessoas apenas passam pela universidade, o que é uma pena!
Eu não, eu vivo, eu discuto, eu penso a UPE, aliás, eu sozinha não, eu e um monte de outros apaixonados pelo movimento estudantil que também tão nessa comigo. Poxa, nós somos tão grandes, estamos em todas as regiões do estado, temos campus em Petrolina, Salgueiro, Arcoverde, Garanhuns, Caruaru, Camaragibe e os de Recife na Benfica e em Santo Amaro e ainda vai abrir um em Palmares e se tiver outro não me lembro agora, somos milhares entre o magnífico Reitor, o vice, professores, servidores e os estudantes, estes sim, são a maioria. Somos a única universidade do estado de Pernambuco. Somos muita coisa! E o mais importante, nós somos a maior ferramenta de transformação social do estado. A medida que interiorizamos, avançamos e desenvolvemos e aqui formamos os profissionais que protagonizam de fato as tais transformações sociais, formamos professores, engenheiros, médicos, enfermeiros e antes disso mesmo, enquanto universitários, temos a grande responsabilidade de fazer com que o papel da extensão e da pesquisa seja cumprido: que sirva como troca de conhecimentos científico e popular entre a universidade e a comunidade.
O Brasil mudou, Pernambuco muito mais e a nossa universidade precisa acompanhar essas mudanças a altura. Ao mesmo tempo que somos muito massa, nós temos muitos problemas. Acho que os problemas estruturais são os mais gritantes em praticamente todos os campus, falta professor, falta uma alternativa ao problema do transporte pra galera de Garanhuns e Nazaré, restaurante universitário em Santo Amaro, enfim, assistência estudantil no geral. Temos um novo problema com as várias propostas que existem acerca do novo modelo de gestão dos hospitais universitários e das unidades de ensino, que eu só visualizo como um problema porque quase ninguém tá discutindo pra resolver, principalmente os estudantes que são a maioria.
Na verdade, reparando bem, o maior dos problemas é o que eu acabei de citar acima, os estudantes que são o maior, o mais numeroso segmento da universidade, não discutem a UPE, eles simplesmente passam e os problemas ficam. Imagina se todos os estudantes começassem a pensar soluções pra todos os problemas que pontuei. Quem melhor que nós, que vamos todos os dias pra sala de aula, que passamos o dia na faculdade, que vamos pros estágios nos hospitais, me digam quem melhor que nós pra discutir todos os problemas sentidos na pele e apresentar soluções? O reitor? Os professores? Não! Nós! Somente os estudantes podem fazer isso da forma mais justa e democrática.
Mas não é um monte de estudantes juntos como doidos, cada um pensando uma coisa que vamos resolver os problemas. Os estudantes precisam se organizar. A organização dos estudantes se dá no movimento estudantil com os diretórios e centros acadêmicos principalmente e também com o diretório central dos estudantes atuantes. O que encontro infelizmente são as representações estudantis fragilizadas, sem formação, ou inexistentes em alguns lugares. Ah, se todos se sentissem responsáveis pelos problemas da UPE, não ia ter pra ninguém!
Então eu e meus amigos que também militam no movimento estudantil precisamos fazer com que outros estudantes percebam a importância de se organizar e quem sabe resgatar o movimento estudantil forte que já existiu na UPE, o que conquistou a gratuidade por exemplo. Vamos envolver pessoas pra que elas acreditem junto com a gente que militar é massa e que podemos adequar o movimento estudantil ao novo perfil da juventude, nunca esquecendo é claro que devemos sempre ter como norte o caminho das mudanças e sermos sempre propositivos!
Comentários
Postar um comentário