Pego ônibus pela manhã todos os dias na mesma parada em um bairro de Olinda, recentemente foi aberta uma peixaria em frente dela. Percebi que agora as pessoas ficam mais à direita, muito provavelmente por conta do cheiro que tomou conta de parte daquela parada, cheiro de peixe. Na verdade não são todas as pessoas, por que eu continuo no mesmo lugar, o cheiro de peixe cru não me incomoda, pelo contrário, me traz boas lembranças, lembranças do tempo em que eu via minha mãe ou alguma das minhas tias tratando os peixes como a gente chama, no quintal da casa da minha vó Lourinha em Itamaracá e lembro do mesmo cenário quando passo na rua e alguém tá fritando peixe, ou então se vejo um peixe feito de coco. Como não lembrar do meu vô Zé Guedes comendo moqueca, com um prato de laranja ou manga e um bom prato de feijão com farinha. Pois bem, a peixaria me faz lembrar o quintal da casa da minha vó que nem existe mais, a não ser nas boas lembranças que a gente guarda pra sempre na memória.
Li essa semana "a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades" e era tudo que eu precisava ler. Apesar de todas as contradições, decepções experenciadas, cansaço, todo mundo quer amar e ser amado e feliz. E parece que a ideia de ser "feliz pra sempre" com alguém é realmente boa e pode ser verdade. Faz sentido e dá mais sentido à vida. Não tô falando puramente do amor romântico, esse pra existir e resistir precisa mesmo de estar inserido em mil outros contextos favoráveis que nessa vida dura e cruel que a gente leva é idealização de gente que tá começando agora. Eu tô falando de encontrar alguém de verdade pra viver a vida real, que você olhe e tenha certeza (não que é o amor da sua vida, pode ser, a gente quer que seja, mas) que é uma pessoa que dá pra conviver saudavelmente porque consegue basicamente entender o que ela te diz, porque vocês concordam nas questões mais importantes da vida (o jeito de ver a vida) e porque vocês dois estão dispostos e dispo
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