Ando me esbarrando com ele todas
as horas, seja na barba do médico, seja na caneca de café que achei em outra
cama, detalhes que me levam as lembranças dele. Se as histórias do mundo já
foram escritas como alguns acreditam, creio que a nossa ficou apenas nas
entrelinhas, entrelinhas por que nunca entendi bem o que era que eu sentia e
até hoje eu não entendo.
A única certeza é que nunca tive certeza de nada,
nossos destinos seguem em paralelo, antes, durante e depois de conhecê-lo
nossos destinos seguem sem se cruzarem e nunca se cruzarão. Somos como uma
mistura de água e óleo. E como sempre, o vejo de longe e só confirmo o que sempre
pensei, “nunca nos encaixaríamos” e chego a ter quase certeza que o melhor a
fazer já está sendo feito, ele de um lado, eu de outro, porque quando estava ao
lado dele tinha vezes que doía um pouco pela dificuldade em compreender o que
eu já sabia.
Devo esbarrar ainda tantas outras vezes com as manias, aparências
e tantas outras lembranças, mas não vão passar disso, o que vai passar são os
dias e com eles cada vez mais a quase certeza de uma história que foi escrita
apenas nas entrelinhas de destinos que nunca se cruzaram de verdade.
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