Tem coisas que acho íntimas demais pra escrever e publicar, mas encontrei no
ato de escrever uma forma de dividir sonhos, ideias, opiniões, angústias e
vontades, em um momento de angústia a um tempo atrás quando pensei estar
grávida e sofri com essa dúvida, fiquei pensando se todas que já passaram por
essa situação sentiram tudo que eu senti e essa semana uma publicação nas redes
sociais de uma camarada me fez lembrar disso, ela fez um depoimento do quanto a
questão da maternidade é algo tão particular e singular da mulher único e
exclusivamente, porque é no corpo dela que a criança cresce, se desenvolve e
nasce e que depois que nasce é dela que ele vai precisar pra se alimentar,
então por mais que o pai queira contribuir ao máximo durante a gestação objetivamente,
ele não pode fazer porque não cabe a ele, claro que tô pontuando aqui questões
muito objetivas, mas pragmaticamente é isso.
E aí, a camarada coloca muito claro isso, as decisões devem ser da mulher,
então tudo é com ela, a decisão de ter e ser mãe, o pré-natal, o parto, mas tem
uma coisa que antecede isso e somente em algumas circunstâncias ganha a
conotação que quero dar a esse meu registro, a dúvida entre estar ou não esperando
um bebê e o quanto essa dúvida mexe com nossas emoções quando não é uma
gravidez planejada, essa dúvida nos causa sofrimento, angústia e medo e a
mulher muitas vezes a carrega sozinha antes de ter a certeza se é ou se não é
porque não tem coragem de dividir isso com o parceiro, porque acha que ele não
precisa ter a responsabilidade de sentir essa angústia junto com ela, é como se
fosse um “problema dela” e de alguma forma a culpa fosse dela objetivamente
falando e passa um filme do que está por vir nas nossas cabeças, um filho pra
nós mulheres significa mudar de vida, para eles, talvez.
E sabe, mulheres, essas singularidades como tantas outras como andar com
medo na rua tarde da noite, nos une, se alguma moça que já passou por isso que
está lendo aqui consegue se reconhecer nessas linhas é porque nossa
irmandade é real, precisamos massificar o feminismo que liberta e que descontrói
todos os entraves que a sociedade nos coloca para que sejamos mais solidárias
umas com as outras, para que nos julguemos menos e nos ajudemos mais.
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