Dos acontecimentos que a gente
não calcula, aconteceu a primeira dança quase perfeita, depois a segunda, a
terceira, as incontáveis e as últimas, todas quase perfeitas, na verdade todas
eram perfeitas tão perfeitas que a próxima dança carregava o desafio de
surpreender os corpos dos dançarinos incansáveis em busca da perfeição (por
isso que depois da dança seguinte a anterior se tornava “quase perfeita”).
A dança dos
moços começava com o primeiro toque assim como toda dança, mas o toque deles
era diferente, incendiava o resto do corpo, o toque soava como um convite, uma
espécie de gesto de permissão pra dança e depois do primeiro toque, que sempre
resistia um pouco pra acontecer, se permitiam.
Sem regras e sem condutores,
porque o que imperava sempre era a liberdade dos corpos, a moça e o moço só
queriam o tempo todo sentir com intensidade aquela dança, gozar daquela dança e
suavam, sorriam, mordiam, gritavam e dançavam envolvidos por uma energia, ritmo, harmonia e
sintonia que transbordavam no ambiente, quando os corpos não aguentavam mais,
se entregavam ao boom do prazer: respiração profunda, olhos fechados, corpos
cansados, a música parou e a dança naquele momento tivera sido perfeita, mas só
depois eles descobririam que teria sido “quase”.
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