Pular para o conteúdo principal

carinho, poesia e cumplicidade

Desde o último dia que nos falamos, pensei "tenho que escrever pra ela". Eu tô longe, nem sabia a data do teu aniversário, a partir de agora vou lembrar: dezoito de janeiro, falei em voz alta pra gravar melhor. Escrever porque isso é um das coisas que mais nos liga, deve ser a coisa principal, deve ter sido a partir dessa troca, que a gente criou e não me lembro como começou, isso que tu descreveu bem em um comentário: carinho, poesia e cumplicidade. Poesia é o que tenho pra te oferecer hoje, espero que goste.

Se eu não me recordo quando começamos com essa relação que vou chamar de 'troca', me recordo de tudo que já teve entre nós. Lembro de te ver pela primeira vez na plenária do Congresso da UEP em 2011, tu e Wilma. Foi adoração à primeira vista. Depois disso, te ouvir atentamente a cada reunião era um privilégio pra mim, observava tudo, tua postura, o dedinho dobrado, a fala paulatina, a qualidade política da intervenção. "Como Iana é boa", eu pensava. Se quer saber, amiga, acho que decorei até algumas frases, ainda posso te ouvir falando em um curso: "um militante precisa de três coisas: formação, disciplina e disposição". Inclusive, tô com saudade das tuas falas.

Para além da política, te descobri poesia e quanta poesia cabe na ponta dos dedos dessa pequena grande mulher. Iana, eu adoro tudo que tu escreve, obrigada por traduzir certos sentimentos que não sei dizer, já me disseram que o domínio dessa arte é pra quem tem alma de poeta. E acho que o encontro de duas pessoas que escreve como nós proporciona a intimidade própria de quem escreve e se existe outra palavra pra definir eu não tô sabendo usar. Me sinto livre pra te mostrar tudo que passa nessa minha cabeça louca e sei que vou encontrar na tua resposta o acolhimento de quem compreende por que escrevi aquilo, é meio isso, obrigada pelos textos de saudade e felicidade.

Depois da política e da poesia, encontrei quase que um colo, um confessionário que posso falar tudo sem ter que pagar penitência, simplesmente ser entendida e aí desabafo política, desabafo saudade, desabafo felicidade, te entrego tudo como um texto que acabei de escrever, sem correção de pontuação, sem alteração ou inversão das frases, porque sei que tu vai entender, sabe? E vai me responder como se tivesse passado pelo que passei. Acho que é por causa dessa tal alma de poeta/poetisa, me perdoa quem não escreve, mas acho que quem escreve sente mais, a gente sente muito, a gente ama muito, a gente sofre muito, a gente se entende muito.

Iana, quero te desejar umas coisas e agradecer outras, desejar poesia, amor, viagens, romances e agradecer pela poesia, pelas palavras, pela amizade, pela presença e quero pedir também, quero pedir que nessa sua nova idade a gente possa trocar mais carinho, mais poesia e que sejamos mais cúmplices! Meu amor hoje aqui nesse blog que já amou tanto quem não merecia é todo teu. Parabéns, minha amiga.



desculpa pela estreiteza da foto, mas você me entendeu que eu sei!


Comentários

  1. Lindas! Como não amar as escritas de Iana? Kkkkk De novo, antes de conhecer a pessoa, conheci o blog. Igual foi contigo, Melka. Isso é incrível, as palavras falam mais por sí só, deve ser por isso que chegam primeiro aos outros. Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Eu li e reli dezenas de vezes as tuas palavras só pra ressentir toda essa ternura. Cheguei a conclusão que será necessário um texto, um abraço e doses extras de cumplicidade pra demonstrar a gratidão de te ter na vida. Eu teria mil coisas pra dizer agora, sobre o primeiro tweet que fiz te mencionando e ainda lembro, ou da tua tatuagem que carrega o significado do meu nome e te traduz melhor que qualquer expressão ou do impacto que me causou te ver várias vezes carregada nos ombros das pessoas que a tua coragem tocou, mas nada traduziria melhor a cumplicidade disso aqui do que ter compreendido essa foto e o por que de tu ter escolhido ela pra o texto. Pra o ano que começa agora pra mim eu desejo poder seguir te lendo - em palavras, fotos ou na mera expressão de contrariedade.
    Gratidão, Melka.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

"a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades"

Li essa semana "a busca pelo amor continua, apesar das improbabilidades" e era tudo que eu precisava ler. Apesar de todas as contradições, decepções experenciadas, cansaço, todo mundo quer amar e ser amado e feliz. E parece que a ideia de ser "feliz pra sempre" com alguém é realmente boa e pode ser verdade. Faz sentido e dá mais sentido à vida. Não tô falando puramente do amor romântico, esse pra existir e resistir precisa mesmo de estar inserido em mil outros contextos favoráveis que nessa vida dura e cruel que a gente leva é idealização de gente que tá começando agora.  Eu tô falando de encontrar alguém de verdade pra viver a vida real, que você olhe e tenha certeza (não que é o amor da sua vida, pode ser, a gente quer que seja, mas) que é uma pessoa que dá pra conviver saudavelmente porque consegue basicamente entender o que ela te diz, porque vocês concordam nas questões mais importantes da vida (o jeito de ver a vida) e porque vocês dois estão dispostos e dispo

24 de fevereiro.

Ele é a trilha sonora que eu quero sempre ouvir. O "caso raro" achado. O cheiro bom que gruda na pele. O caos instaurado. A tranquilidade de uma manhã de domingo. A voz mansa que me atiça. O toque que dá choque. A energia que transcende. A playlist de filmes nacionais. Uma conversa sobre qualquer assunto. O sorriso mais bonito. A risada que encabula. O pisciano sonhador. O brasileiro do brasil. A promessa de verdade. O encontro feliz.

uma crônica para piolho

Se Miró ainda tivesse vivo, adoraria encontrá-lo para dizer que é verdade que "janela é danada pra botar a gente pra pensar", mas que tem outra coisa que faz a gente pensar demasiadamente sobre tudo: a danada da morte. Hoje completa 10 anos que Eduardo Campos morreu de forma trágica, um homem público, defensor dos direitos do povo, bom gestor e bom político, sua memória resgata em nós o legado deixado, João Campos por exemplo é o seu legado vivo e em ação. O povo pernambucano nunca irá esquecê-lo, nunca vamos esquecer de 13 de agosto de 2014 quando a notícia ruim correu o Brasil como rastro de pólvora e nos enlutou imediata e profundamente. Grande perda, comemoremos sempre sua vida e seu legado.  E hoje também tomei conhecimento da morte de outra pessoa por quem nutria algum ou muito afeto, "Piolho", um dos flanelinhas aqui da minha rua. Estou profundamente triste. Isso não aconteceu hoje, parece que já faz semanas e me perguntei "como ninguém me falou sobre is