Enquanto caminho na rua da aurora sinto a vida. Percebo que a força que me move pra levar os sonhos que carrego dentro de mim pro mundo, não é menor que a força que os céus fazem todos dias para que o sol possa amanhecer e por alguns minutos me sinto em paz. E toda minha pressa de querer resolver tudo de uma vez, me dá um tempo pra respirar, porque apesar do estresse que me cerca, eu às vezes consigo olhar pra dentro de mim. Continuo andando e as cores são tão lindas, o ar que enche os meus pulmões me fazem sentir viva, assim como o calor que minha pele absorve e tudo isso ouvindo algumas músicas boas. É quando ouço atentamente o que Geraldo de Azevedo canta no pé do meu ouvido "o meu coração me diz, fundamental é ser feliz" e eu sou.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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