Eu sou chata e ultimamente tenho percebido que sou reclamona, reclamo tudo que puder. Reclamo que não tenho tempo pra mais nada, que as coisas não tem saído como eu quero, que isso ou aquilo me incomoda, enfim, é muita reclamação pra poucos motivos. Vou deixando o meu estresse e minhas reclamações gratuitas se sobreporem a uma das minhas saudáveis virtudes, a espiritualidade. Desde pequena sempre mantive minha sintonia com Deus e com minha alma, ouvindo algumas palavras de luz e refletindo sobre o que eu acredito com todas as minhas forças, avaliei o quanto minhas reclamações são ridículas, estúpidas e egoístas. Mais egoístas que ridículas e estúpidas juntas. Foi um momento de "egoismologia" em mim. Creio que a enfermagem ajuda muito nessas horas, não a enfermagem propriamente dita, mas o que vejo e sinto nas aulas práticas. Então esqueço o ego, agradeço as oportunidades que a vida me oferece em poder construir por mim e pelos meus próximos, agradeço aos céus pela sensação maravilhosa de sentir o ar entrando nos meus pulmões a cada vez que eu respiro. Depois de resgatar os sentimentos mais nobres dentro de mim, tento deixar minhas reclamações de lado, me concentrar na minha missão que é muito maior que qualquer dificuldade, estou viva e bem. Não há do que reclamar.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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