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[felicidadeclandestina]

Na primeira noite, ele estava de ressaca, ela bêbada e os dois embriagados de desejo e paixão, ao som de bossa nova e na companhia de uma boa cachaça, se divertiam brincando de abraços e beijos quentes. Noites assim ficam marcadas no tempo da vida, da vida boa com alma leve, que esquece de ter juízo de vez em quando justamente pra não enlouquecer. Aqueles amantes naquela noite, que não devia ter fim, caíram no sono/sonho bom cansados de amar... Na manhã seguinte, os móveis fora do lugar, as cinzas do cigarro e garrafas vazias no chão, roupas jogadas no sofá denunciavam as cenas do crime perfeito, provas que um ressacado e uma bêbada brincaram horas e horas, embriagados de desejo e paixão. Na noite posterior, eles estavam exaustos, mas nada que impedisse que os beijos e abraços cheios de carinho e ternura aquecessem os dois. Exalavam amor nos quatro cantos da casa. Mesmo cometendo um crime perfeito, estavam felizes. Felicidade ainda que clandestina, não deixa de ser felicidade.

Lembra que no primeiro toque deu choque, lembra que você mudou de cor. Queria me enjoar de você, do doce do seu beijinho, do cheiro, do jeito, da fauna e da flora. Lembra dos dias azuis, que luz! Lembra seu corpo junto do meu. Queria me enjoar de você, mas não consigo, o jeito é deixar doer pra ver se sara. Eu não vou fazer mais nada, nem lembrar de te esquecer, voltando da sua casa ontem reparei que eu tinha ficado lá ♪

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