Na manhã do sábado passado vi nas redes sociais através do comandante Luciano Siqueira a notícia do falecimento de um militante do PCdoB, "Marco Albertim", senti profundamente pela sua partida, não que eu ache que a morte seja uma coisa ruim, ainda mais depois que soube como se deu sua partida, mas é que a morte é um fenômeno tão individual que causa isso na gente, uma estranheza danada. Pois bem, nunca o vi na minha vida, mas seu nome ficou registrado na minha memória quando li em 2013 a forma poética e única com que ele descreveu a cerimônia de posse da entidade que presido até junho deste ano, a UEP, intitulado de "O merecido convescote". (leia aqui)
Através de Siqueira também pude ler algumas linhas que o filho do camarada dirigiu ao pai e ele fala da sua "elegância narrativa", é exatamente isso, parecia que eu tava lendo um texto de um episódio antigo, ele usava adjetivos rebuscados e de fato, elegantes. E palavras bonitas por si só podem ser ao mesmo tempo vazias e sem sentido, mas o autor das linhas daquela narrativa fez com que aquela descrição da posse da UEP transbordasse poesia, de vez em quando gostava de ler quando tinha tempo, poesia enche a alma da gente de vida. No mesmo sábado procurei saber como tinha se dado sua morte, soube que estava sozinho, pediu uma bebida e repousou a cabeça na mesa do bar, não levantou mais.
Partiu silenciosamente sem se despedir da plateia, encerrou o espetáculo e fechou as cortinas. Sua morte assim como certamente seus demais textos, foi poética. Apesar de nunca termos trocado uma palavra, nem ter tido a oportunidade de agradecer pelo "merecido convescote" senti uma necessidade enorme de homenageá-lo com humildes palavras inspiradas pelo poeta desconhecido, poesia se paga com poesia, sem pretensão nenhuma de tentar igualar o inigualável, ele era muito bom, registro com essas linhas toda minha admiração, pessoas como Marco Albertim inspiram, pessoas que inspiram não morrem, pessoas que inspiram poesia viram poesia.
Um dia depois da partida de Marco, completou 30 anos sem Cora Carolina, pouco sei sobre sua história, mas os versos produzidos por essa mulher que acima de tudo enxerga as pessoas e suas singularidades exprimem a grandiosidade de ser humano que sem dúvidas foi. É quando percebemos que sensibilidade não é inerente à humanidade, a maioria das pessoas ainda está longe de ter "os olhos de Cora", quem dera todos pudéssemos ter. Cora se foi e provavelmente cumpriu sua missão nesse mundo de transformar a dor diária em poesia, de descrever as tarefas árduas do cotidiano com a leveza de quem vive por amor e com amor.
Neste ano tive a oportunidade de conhecer uma enfermeira que dá aulas de "territorialização" para residentes em saúde da família, ela se chama "maria vida" e nós a chamamos pelo seu nome, "mauricéa". Ela tem um amor enorme por esse troço chamado "vida", ela exala vida, inspira à vida, inspira vida, ela é de fato a própria vida em pessoa. E não é qualquer vida, é a vida simples e com pés no chão, a vida que a gente respira nas ruas no meio do povo, a vida bonita e cheia de contradições, mas que não deixa de ser viva.
Marco, Cora e Mauricéa serão pra mim eternizados, Marco e Cora nas palavras deixadas, Mauricéa no recado que faz questão de deixar em cada aula e todos eles inspiram. Essa é a nossa missão, inspirar vida e poesia!
Excelente texto! Parabéns Melka! :D
ResponderExcluirGostei e postei link no Twitter e no Facebook.
ResponderExcluirSempre bom ler e perceber sua leveza e sensibilidade. Gostei muito Melka.
ResponderExcluirSempre bom ler e perceber sua leveza e sensibilidade. Gostei muito Melka.
ResponderExcluirMelka Linda da Silva #LindoTexto
ResponderExcluirLindo texto, parabéns!
ResponderExcluirLindo texto, parabéns!
ResponderExcluirBelo texto de Marco.
ResponderExcluirBelo texto e homenagem Melka.
Belíssimo texto! Estou muito emocionada, feliz e grata! Muito bom saber que inspiro vida! ela é tão forte dentro de mim que se transborda! Ser colocada no mesmo patamar de duas pessoas tão fantásticas é uma honra. Que o universo me permita sempre inspirar VIDA! Acho que esse é o papel de todos nós, se permitirmos exercitar o AMOR em tudo que faz, o exercício AMOR é o grande sentido da VIDA. E VIVA A VIDA!!!!!
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