Sei quase nada de quase tudo, quando entendi que a ignorância protege, a escolhi por sabedoria, a ignorância protege principalmente da arrogância de quem acha que sabe demais. Desconfio desse povo que fala demais do que a gente não consegue ver, escolhi além de não saber muito falar só do que vejo, por isso que gosto tanto de falar de gente, não me interessa ouvir de pedro que as placas tectônicas estão se movendo, quero que pedro me diga do que ele sente prazer em fazer e se ele quiser falar das placas eu vou ouvir, mas quero ouvir também dos sonhos de pedro, dos medos de pedro, eu gosto mesmo é de pedro. As pessoas sempre me interessam mais. E ninguém pode um dia saber demais sobre pessoas, somos inesgotáveis de entendimento. Mesmo que fossemos escolheria não saber tudo, gosto de olhar pra alguém e ver nela um pouco e nada de mim e me encantar com a beleza das semelhanças e diferenças humanas, eu gosto mesmo é de gente.
Vivo hoje o 7° dia da partida do meu pai dessa vida, perdi a pessoa que mais amava nesse mundo (até minha filha chegar). Foi como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, dói tanto, morrer dói nos outros. Não importa as circunstâncias, o tempo, a forma, ninguém quer perder quem ama. E ainda que ele vivesse dizendo "eu já posso morrer" se referindo a nossa condição material: ele aposentado, deixaria a pensão pra minha mãe, eu enfermeira concursada, meu irmão engenheiro, uma neta que ele sempre me pediu, ele não podia morrer. Eu não queria perdê-lo por nada nesse mundo. Na segunda passada, 16 de agosto de 2021 perto das 19h recebo a ligação da minha mãe aos prantos, "beta, acho que teu pai tá morrendo" e eu morri um pouquinho ali também, nunca uma viagem pra Itamaracá foi tão longa, fiz promessas pra Deus e pra Nossa Senhora da Conceição. Mas não tinha mais promessa que desse jeito, meu pai tinha morrido. Partiu de forma relativamente breve, com alguma angústia
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