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ao amor maior que tive


"O sonho não acabou" me disse ele num sonho curto e bom, tentei voltar pro sonho e não consegui tive que seguir sonhando acordada. É que de tanto sonhar acordada você virou uma ideia fixa, um pensamento constante, um porto-seguro estranho. Não sei mais se o desejo virou capricho e o amor apego, só sei que não sei dizer.

É que quando você me visita nos meus sonhos e posso sentir tua energia ali, eu tenho certeza que você tá sempre por perto, me protege e cuida de mim. É que eu ainda guardo as nossas músicas pra ouvir e morrer de amor, aquelas que eu te mandava quando sentia saudade depois que passava um dia inteiro sem te ver.


É que depois de você eu entendi que a gente só ama grande uma vez na vida e depois o amor nunca mais vai embora, permanece em forma de saudade braba, às vezes calma, às vezes conformada, às vezes asfixiante. É que eu não consigo acreditar que o juízo falou mais alto que nossas cervejas, nossos baseados, nossa adrenalina, nossa sintonia e nosso filho, possivelmente, o Vinícius.

É que eu te espero toda hora e tenho medo de morrer (morrer de verdade) antes da gente se encontrar de novo, fico esperando você voltar como Manuela da minissérie "a casa das sete mulheres" que esperava Garibaldi, mesmo sabendo que ele jamais voltaria. É que eu te amo tanto que odeio você de tanto amor que te tenho e não quero que mal nenhum te aconteça, nada que atrapalhe seu sorriso e sua vontade de viver.

É que eu tento achar amor maior que o meu por aí e não consigo encontrar e fico pensando se isso é desperdício, virtude ou castigo. É que eu controlo como posso a saudade, o querer, a paixão, o apego, o desejo, o amor e os sonhos e quando não consigo segurar, tudo isso escorre em forma de lágrima dos meus olhos e transborda tudo que há em mim.



(é que eu sei que você acha que essa foto "é de uma grande sensibildade")

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